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Belmiro diz «ou nós ou a Telefónica na Vivo»

Belmiro de Azevedo, presidente da Sonae, voltou a reiterar que só fica na Vivo se for para controlar 100% do capital da maior operadora móvel brasileira, caso consiga comprar a Portugal Telecom na oferta lançada pela Sonaecom.

26 de Abril de 2006 às 17:59
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Belmiro de Azevedo, presidente da Sonae, voltou a reiterar que só fica na Vivo se for para controlar 100% do capital da maior operadora móvel brasileira, caso consiga comprar a Portugal Telecom na oferta lançada pela Sonaecom.

Em entrevista ao jornal "Estado de São Paulo", quando passava férias no litoral da Bahia, Belmiro de Azevedo reforçou que «a Vivo, para sobreviver, tem de ter um dono e tem de qualificar a operação tecnológica, independentemente de comprarmos ou não a empresa», isto porque a concorrência no sector no Brasil é bastante acirrada, referiu.

O empresário português entende que a Telefónica Móviles, dona dos outros 50% na Vivo não gosta de ser minoritária nos negócios em que actua nem a Sonae.

«Vamos sentar e conversar, ver quem tem mais vontade de ficar com a companhia». O segundo passo será saber quanto custa mudar a tecnologia e ver qual o impacto dessa mudança nas contas. «Entendemos que a Vivo tem de ter um dono para mandar: ou nós ou a Telefónica».

OPA servirá pelo menos para separação do cabo e cobre

Na referida entrevista, o empresário português acredita que a oferta, caso não seja um sucesso, pelo menos, servirá para a PT sair do controlo ou da rede de cabo (da TV Cabo) ou da fibra óptica (da PT Comunicações).

«Independentemente do sucesso do negócio, tornou-se irreversível a separação entre os negócios de fibra óptica e cabo».

Para Belmiro «há um consenso entre o povo português. Essa é a parte positiva do negócio».

Confia no sucesso

Belmiro está confiante no sucesso da oferta pública de aquisição sobre a PT lançada em Fevereiro. «Há condições de sucesso porque a própria empresa não conseguiu que o accionista tivesse uma valorização satisfatória da acção», afirmou.

Azevedo ressaltou que o total da operação deverá atingir 16 mil milhões de euros, incluindo a oferta de 11 mil milhões para a compra da totalidade das acções, a dívida do fundo de pensão dos trabalhadores, que será coberta, e a dívida da companhia. O Banco Santander dará as garantias financeiras.

Quanto aos receios dos trabalhadores da PT sobre a perda de empregos, Belmiro lembra que «nós somos o maior empregador português. Quem quiser trabalhar e capacidade para aprender, não terá problema algum».

Vodafone «roubará» mercado

No que respeita ao eventual abuso de poder de mercado com a fusão da Optimus (do grupo Sonaecom) com a TMN da PT, caso haja uma oferta bem sucedida, Belmiro descarta a polémica e diz que a Vodafone, única operadora que restará no mercado português, vai atacar a quota da nova empresa.

«Seguramente é uma empresa muito poderosa, que vai atacar para conquistar quotas de mercado. Não vamos conseguir aguentar a posição de quase dois terços do mercado ao longo dos próximos anos», disse.

Caso a fusão se concretize, a TMN/Optimus ficará com 63% do mercado de telemóveis português.

O presidente da Sonae refere que continua atento a novas oportunidades agora que vendeu o negócio de retalho no mercado brasileiro e a posição na Barbosa e Almeida (empresa vidraceira).

*Correspondente em São Paulo

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