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BCP perde 758 milhões com recomendações e instabilidade na gestão

O BCP negociava hoje em queda de mais de 2%, pressionado pela instabilidade que se vive a nível da gestão e pelas recomendações desfavoráveis por parte de algumas casas de investimento. Em quatro dias, o banco perdeu 758 milhões e o Citigruop chega mesmo

23 de Julho de 2007 às 13:15
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O BCP negociava hoje em queda de mais de 2%, pressionado pela instabilidade que se vive a nível da gestão e pelas recomendações desfavoráveis por parte de algumas casas de investimento. Em quatro dias, o banco perdeu 758 milhões e o Citigruop chega mesmo a antecipar um cenário de venda do banco.

O Banco Comercial Português (BCP) [BCP] negociava em queda de 2,05% para os 3,83 euros, valor que avalia a instituição bancária em 13,9 mil milhões de euros.

Depois de ter atingido um máximo de 4,30 euros no final de Junho, as acções têm registado uma toada de correcção. Nas últimas quatro sessões de bolsa, o papel recuou mais de 5%, o que corresponde a uma perda de capitalização bolsista de 758 milhões de euros.

No final da semana passada, a JP Morgan avaliou as acções do banco em 4,04 euros, numa nota em que previa uma subida de 4% nos lucros semestrais. As contas serão apresentadas amanhã, após o fecho das bolsas.

Apesar dos resultados positivos, o analista Ignacio Cerezo Olmos afirmava que não são os fundamentais que estão a fazer subir as acções. Mas antes o "constante ruído sobre discussões internas relacionadas com a gestão", à medida que se aproxima a assembleia-geral de accionistas, que se realizará a 6 de Agosto.

Este ano, o título conserva uma valorização acumulada de 37%.

A propósito da instabilidade que se vive a nível da gestão, o CEO do banco, Paulo Teixeira Pinto, abriu as portas a uma eventual saída do banco.

Numa entrevista ao semanário "Expresso", o CEO mostrou-se contra a alteração dos estatutos que visava aumentar os poderes do conselho geral e de supervisão que passaria a nomear a administração.

Paulo Teixeira Pinto afirmou que o BCP passaria a ser a única empresa portuguesa em que não são os accionistas a escolher a administração e diz não estar "disponível para continuar nesse pressuposto".

Numa nota emitida hoje, o Citigroup diz que "o futuro do BCP está pressionado" pelas diferenças e desavenças entre o CEO e Jardim Gonçalves, o fundador e actual presidente do conselho geral e de supervisão.

Segundo o banco norte-americano, esta divisão "vem aumentar as especulações de que o BCP poderá ser vendido ou dividido", através da venda de activos.

"As diferenças [entre Jardim Gonçalves e Paulo Teixeira Pinto] estão mais relacionadas com o controlo do banco do que propriamente com diferenças a nível da estratégia do banco", diz o Citigruop que, após contactar o BCP afirma que os dois responsáveis estiveram em sintonia aquando da tentativa de compra do BPI e do BCR.

O banco sugere um "target" de 3,99 euros para as acções do BCP e uma recomendação de "manter".

Num estudo intitulado "Not Looking BESt", o Citigruop afirma que prefere as acções do Banco espírito Santo (BES) [BESNN], recomendando aos seus clientes as acções do banco liderado por Ricardo Salgado, como forma de ter uma maior exposição à recuperação da economia portuguesa.

Para o BES, a casa americana tem um preço-alvo de 19,30 euros e uma recomendação de "compra". As acções do BES seguiam em queda de 0,67% para os 17,70 euros. 

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