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BCP fecha 2011 com prejuízos de 786 milhões

Perdas com a dívida grega levaram o BCP a registar um resultado líquido negativo de 786,2 milhões de euros em 2011, o prejuízo mais elevado na banca portuguesa. Ficaram acima do previsto pelos analistas.

03 de Fevereiro de 2012 às 17:12
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O Banco Comercial Português obteve um resultado líquido negativo de 786,2 milhões de euros em 2011, com o banco liderado por Carlos Santos Ferreira a ser pressionado pela contabilização das perdas potenciais com a dívida grega.

Os prejuízos registados pelo BCP, os mais elevados de sempre pelo banco e os maiores entre a banca portuguesa no ano passado, comparam com os lucros de 344,5 milhões de euros verificados em 2010.

A média das estimativas de quatro analistas contactados pela agência Lusa apontava para que o BCP tivesse registado prejuízos de 721 milhões de euros.

Em comunicado o banco ainda liderado por Carlos Santos Ferreira que o prejuízo de 786 milhões de euros deveu-se a factores extraordinários com um impacto total de 972 milhões de euros. "Entre estes eventos não recorrentes, destaque para o provisionamento da dívida pública grega e dívida soberana portuguesa, reconhecimento de imparidade relativa ao restante goodwill da Grécia, o custo relativo à transferência do fundo de pensões e o reforço das dotações para imparidades de crédito, resultante do Programa Especial de Inspecções realizado no âmbito do Programa de Assistência Económica e Financeira a Portugal", refere o comunicado da instituição.

Apesar dos prejuízos registados em 2011, o banco destaca, pela positiva, o crescimento da margem financeira, a redução dos custos operacionais e o desempenho positivo do plano de liquidez, "tendo-se verificado uma redução da exposição ao BCE em 2,2 mil milhões de euros face a Dezembro de 2010".

O banco registou ainda uma melhoria dos resultados internacionais, "impulsionados pelo maior nível de resultados líquidos alcançados na generalidade das subsidiárias no exterior". Na Polónia, os resultados do Bank Millennium subiram 43%; em Moçambique, os resultados do Millennium bim cresceram 51% e em Angola, o Banco Millennium Angola viu os seus resultados aumentarem em 52%.

Em 2011, a margem financeira do BCP cresceu 4,1% face a 2010, "beneficiando tanto da actividade em Portugal (+1,5%) como da actividade internacional (+9,0%)".

Os depósitos de clientes aumentaram 4,2%, ascendendo a 47,51 mil milhões de euros, enquanto a carteira de crédito diminuiu 6,4%, totalizando 71,53 mil milhões de euros.
O rácio de transformação de depósitos em crédito caiu de 164%, em 2010, para 145% a 31 de Dezembro de 2011. Recorde-se que o memorando de entendimento da troika define que no final de 2012, este rácio tem que igualar, ou ser inferior, a 120%.

O banco fechou o ano passado com um rácio core tier one de 9,4%, acima do valor definido pelo Banco de Portugal e pela troika (9%) para 2011.

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