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BCP demasiado exposto ao risco de crédito de Manuel Fino

O Banco de Portugal (BdP) ordenou ao BCP que reduzisse a excessiva concentração de risco de crédito que possuía, directa e indirectamente, em Manuel Fino, um dos seus accionistas de referência que controla a Soares da Costa.

21 de Fevereiro de 2008 às 09:05
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O Banco de Portugal (BdP) ordenou ao BCP que reduzisse a excessiva concentração de risco de crédito que possuía, directa e indirectamente, em Manuel Fino, um dos seus accionistas de referência que controla a Soares da Costa.

De acordo com o "Público", nas contas de 2007, o BCP reflectiu esta situação para acautelar a possibilidade de Fino não conseguir honrar na íntrega os compromissos com a instituição, devido à desvalorização das garantidas dadas. Idêntico alerta tinha sido feito anos antes em relação à Teixeira Duarte.

Os empréstimos concedidos a Manuel Fino estavam caucionados por títulos (uma parte substancial do próprio BCP), cujas cotações entretanto se deterioraram. Deste modo, as garantias entregues deixaram de ser suficientes para cobrir os riscos associados aos créditos.

Assim, na sua avaliação periódica às contas dos bancos, de natureza prudencial, a autoridade de supervisão liderada por Vítor Constâncio considerou que o BCP estava demasiadamente exposto ao risco de crédito de Manuel Fino e que havia possibilidade de incumprimento por parte do seu cliente, que é, em simultâneo, um grande accionista do banco, onde possui cerca de dois por cento do capital.


No quadro da sua acção, o BdP terá acordado um calendário de regularização da situação, de modo a que Fino reduza o seu endividamento no BCP. Em causa não está qualquer ilegalidade cometida pelo empresário, ou pelo banco, mas antes uma situação que não está de acordo com as regras prudenciais - ou seja, o banco tem a expectativa de que, dada evolução do mercado, o cliente não tem condições para pagar a totalidade da sua dívida nos prazos acordados. O aumento de capital tem como efeito automático aumentar o limite de exposição ao risco de cada cliente.

Já antes, o supervisor tinha alertado o BCP para situações semelhantes, neste caso envolvendo a Teixeira Duarte, que, para além de cliente, é também um grande accionista.

A análise da supervisão tem não só em conta eventuais financiamentos recebidos directamente por Fino, mas também os que foram contratualizados pelas empresas de que é accionista, já que, em última instância, cabe a Fino responder pelo seu passivo.
O empresário assumiu uma posição qualificada no BCP no quadro da luta de poder que se travou entre Jardim Gonçalves e Paulo Teixeira Pinto. Depois de durante muitos anos ter sido considerado um homem de confiança de Jardim, surgiu alinhado com o seu sucessor.

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