A Bayer contesta a decisão da Autoridade da Concorrência, que condenou 5 farmacêuticas, entre as quais a Bayer, ao pagamento de 16 milhões de euros de multa por manipulação de preços em vários concursos públicos.

Em comunicado, emitido ontem, a Autoridade da Concorrência diz que decidiu condenar a Abbott Laboratórios, a Bayer, a Menarini Diagnósticos, a Roche Farmacêutica Química e a Johnson & Johnson por se terem concertado com o objectivo de «impedir, restringir ou falsear, de forma sensível, a concorrência através da fixação de preços».

Estes laboratórios já tinham sido condenados no princípio deste ano pela mesma prática de cartelização de preços.

Ficou provado que houve conluio de preços em 36 concursos públicos de 22 hospitais portugueses.

O regulador estima que a cartelização entre estas empresas tenha causado prejuízos de 3,2 milhões de euros no segmento hospitalar, em 2002 e 2003, e de 10,4 milhões de euros anuais desde a entrada em vigor da portaria sobre o preço das tiras-reagente, utilizadas para determinação da glicose no sangue, procedimento a que estão sujeitos os doentes diabéticos.

Em reacção, a Bayer diz ter procedido a averiguações internas, conduzidas por advogados externos à empresa e especialistas na matéria e que incluíram inquéritos aos colaboradores e pesquisa de documentação.

«Nada foi encontrado que evidenciasse qualquer "má prática" por parte dos colaboradores», diz o comunicado.

A farmacêutica defende-se ainda dizendo que no período de 2001 a 2004, realizaram-se cerca de 515 concursos públicos para testes de diabetes dos quais «foram adjudicados à Bayer uma quantidade mínima de concursos hospitalares. 1,5% dos concursos investigados, correspondendo a vendas no valor de 32,218 mil euros».

«Perante estes factos, a Bayer rejeita a condenação da AdC e está a ponderar a inrterposição de recurso com vista à anulação da decisão da AdC», conclui.