No primeiro semestre de 1999, a Empresa Bandeirante de Energia (EBE), distribuidora de energia eléctrica de São Paulo, apresentou um prejuízo de 213,8 milhões de reais (108,1 milhões de euros ou 21,67 milhões de contos), uma queda de 477,8%, face à perda de 37 milhões de reais (18,71 milhões de euros ou 3,75 milhões de contos) no semestre homólogo de 1998.

O principal factor que afectou as contas da companhia participada pela EDP foi a forte desvalorização do real que ocorreu no iniciou do ano. Isto porque as compras de energia à barragem de Itapu são realizadas em dólares, o que com a desvalorização do real veio a contribuir para uma deteriorização dos indicadores financeiros da empresa brasileira. No entanto, a redução do consumo em virtude da crise económica no Brasil, chegando a atingir quedas de 20% nalgumas regiões de São Paulo além de um especial destaque para a redução de 4,6% nos consumos industriais, foi outro factor que influenciou de forma negativa as contas da EBE. Ao nível dos resultados financeiros o principal responsável foi o processo de redução de pessoal, que custou à distribuidora cerca de 45 milhões reais (22,75 milhões de euros ou 4,56 milhões de contos).

As vendas também sofreram uma quebra, passando de 839 milhões de reais (423,88 milhões de euros ou 84,97 milhões de contos) para 824 milhões de reais (416,54 milhões de euros ou 83,52 milhões de contos). Para combater os maus resultados, a distribuidora tem em curso um processo de investimentos de 130 milhões de reais (65,7 milhões de euros ou 13,18 milhões de contos), para 1999, que serão aplicados na expansão da empresa e na melhoria da qualidade de distribuição de energia eléctrica, além de continuar com o processo de redução do pessoal.

A Bandeirante é a quarta maior distribuidora de energia do país, com cerca de dois milhões de clientes, numa área de 16.600 km2, integrando 55 municípios e 22 cidades. A Bandeirante é controlada em 56% por um consórcio em que a EDP detém a maioria do capital. O outro parceiro é o grupo VBC (Votorantim, Bradesco e Camargo Correia).