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Bancos não prevêem diminuir prevenção de crimes mesmo com crise

Um estudo da KPMG mostra que bancos portugueses esperam manter ou aumentar o investimento para prevenir branqueamentos de capitais ou financiamento a terrorismo. E 90% destas instituições está a implementar mecanismos de monitorização a pessoas politicamente expostas.

07 de Junho de 2011 às 13:20
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A maioria dos bancos portugueses está a estimar a manutenção do investimento em medidas para a prevenção de crimes como o branqueamento de capitais e o financiamento do terrorismo. Ainda assim, mesmo em época de crise, os restantes 45% das entidades bancárias prevêem aumentar esse investimento, segundo um estudo da KPMG.

De acordo com o segundo estudo sobre a precaução perante estes crimes, realizado pela consultora, as seguradoras têm uma postura menos defensiva neste aspecto. Isto porque, se 45% do dos bancos querem elevar os gastos com a prevenção, apenas 33% das seguradoras têm a mesma postura. E outras 45% apostam na manutenção do investimento.

O estudo, baseado nas respostas de 31 instituições bancárias e 21 seguradoras, sugere uma evolução positiva entre 2008 e 2010 no que diz respeito, por exemplo, à importância atribuída pela gestão de topo à prevenção criminal e também à existência de procedimentos para a identificação de pessoas politicamente expostas.

Esta figura de pessoas politicamente expostas intensifica a atenção aos movimentos de capital a antigos titulares de cargos públicos ou políticos. 90% dos bancos ouvidos neste projecto afirmou estar a implementar estes mecanismos (em 2008, eram apenas 61%). Um salto ainda maior nas seguradoras, onde a preocupação subiu de 22% para 56%.

Há, contudo, ainda coisas a fazer neste segmento de actuação como enfrentar o desafio de reavaliar os investimentos na luta contra o branqueamento de capitais e o financiamento do terrorismo numa época de maior controlo de despesas. Além disso, é preciso também realizar testes de eficácia aos procedimentos de prevenção e formação na área, defende a KPMG.

No entanto, uma outra conclusão se retira do estudo, na opinião de Pedro Subtil, partner da KPMG: "Os bancos e as seguradoras são, tradicionalmente, as entidades mais visadas a este tipo de crimes, mas dada a sua maior consciencialização e 'aperto da malha' na prevenção e detecção, como se confirmou pelos resultados deste segundo estudo, deveremos esperar que haja uma deslocação gradual deste tipo de crimes para outros sectores da actividade económica".
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