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Banco ganha com estabilidade mas acções perdem fulgor

Os analistas dizem que uma tentativa de aproximação entre as facções que apoiam Paulo Teixeira Pinto e Jardim Gonçalves é boa para o BCP e para a implementação do programa “Millennium 2010”, mas que poderá retirar alguma carga especulativa ao título.

27 de Agosto de 2007 às 06:10
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Os analistas dizem que uma tentativa de aproximação entre as facções que apoiam Paulo Teixeira Pinto e Jardim Gonçalves é boa para o BCP e para a implementação do programa "Millennium 2010", mas que poderá retirar alguma carga especulativa ao título.

A semana passada terminou com os principais accionistas do Banco Comercial Português (BCP) [BCP] a tentarem chegar a um acordo que possibilitasse um consenso em relação aos estatutos e em relação aos membros que vão integrar o conselho geral e de supervisão.

Os analistas consultados pelo Jornal de Negócios dizem que esta tentativa de aproximação entre as facções que apoiam Paulo Teixeira Pinto e Jardim Gonçalves é boa para o BCP e para a implementação do programa "Millennium 2010", mas que poderá retirar alguma carga especulativa ao título.

Segundo Cristina Vieira da Fonseca, da Espírito Santo Research, "parece que os dois lados estão em negociações para evitar um confronto forte na próxima assembleia geral e que estão à procura de uma solução para a actual crise". Numa nota publicada na sexta-feira, a casa diz: "na nossa opinião, este cenário [de aproximação] será uma boa notícia para o BCP e poderá dar suporte a um futuro mais estável no banco que, actualmente, está numa situação de impasse".

John dos Santos, da Lisbon Brokers, partilha desta opinião. Em declarações ao Jornal de Negócios, o analista afirma que "é positiva esta tentativa de aproximação, até porque o banco tem a noção de que se estão a aproximar algumas datas para a execução das metas avançadas no "Investor Day", tal como a abertura de 40 novos balcões na Roménia".

Segundo a mesma fonte, "parece" que os accionistas estão a pôr "os interesses da instituição à frente dos interesses pessoais", o que é positivo para o banco, no sentido de lhe conferir "uma maior estabilidade".

No programa apresentado no início de Junho, o BCP apresentou o "Millennium 2010" que traça metas para o período de 2006 a 2010. Nesse programa, o BCP previa a abertura de 700 novas sucursais em Portugal e no estrangeiro e estimava que os lucros por acção acumulados crescessem 70% até 2010.

Apesar de aplaudir uma estabilidade a nível da gestão, a ES Research defende que um eventual acordo entre as duas facções "reduz a probabilidade de ocorrência de operações de fusões e aquisições (F&A), o que deverá ter um impacto negativo no preço da acção".

Um outro analista, consultado pelo Jornal de Negócios, que preferiu o anonimato, discorda desta posição, recordando "que desde a AG de 28 de Maio, o "free float" do banco baixou muito, o que dificulta qualquer operação de F&A".

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