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As voltas que as importações e exportações portuguesas deram

Empresas que exportam têm mais capacidade para aumentar lucros do que as que não o fazem. BdP estima que, com exportações, margens preço-custo aumentam entre 1,2% e 2,7%, com destaque para o setor não transformador. Maiores ganhos estão nas atividades científicas, comunicação e construção.
Joana Almeida e Paulo Ribeiro Pinto 14 de Fevereiro de 2023 às 14:30

As empresas portuguesas que exportam para o exterior conseguem margens de lucro superiores até 2,7% face às empresas que vendem apenas no mercado nacional. A conclusão é de um estudo do Banco de Portugal (BdP), que indica que as margens de lucro aumentam assim que as empresas iniciam a atividade exportadora e que esse efeito positivo mantém-se mesmo quando as empresas importam.

No estudo sobre o impacto das exportações no tecido empresarial português, o BdP refere que as margens preço-custo, ou seja, “o rácio entre os preços de venda e os custos marginais correspondentes” – considerando os custos salariais (incluindo as contribuições para a Segurança Social), despesas com fornecimento e serviços externos e o custo das mercadorias vendidas e matérias consumidas –, são “mais elevadas” do que nas empresas não exportadoras. Em média, o banco central estima que as empresas do setor transformador que vendem bens ou serviços ao exterior têm um ganho médio de margem preço-custo estimado entre 1,2% e 1,3%. O ganho é ainda maior para as empresas exportadoras do setor não transformador: entre 2,6% e 2,7%.

O prémio de margem preço-custo, que permite avaliar a capacidade das empresas em aumentar lucros mantendo os preços acima dos seus custos marginais, é, no caso do setor transformador, “mais pronunciado” nas empresas de fabrico de mobiliário e colchões, em que a margem pode ser cerca de 5% superior à das empresas da mesma área que não exportam. Nas empresas dedicadas ao fabrico de produtos químicos e artigos de borracha e matérias plásticas, a margem pode também ser “cerca de 3%” superior.

Existe também “uma heterogeneidade substancial” no setor não transformador. Aí, a margem preço-custo das empresas exportadoras é particularmente elevada nas atividades de informação e comunicação, com as empresas exportadoras a registarem uma margem que pode ser 8% superior face às restantes. Seguem-se as atividades profissionais, técnicas e científicas, com uma margem 7% superior, e a construção, com mais 5% de margem.

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