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Empresa alemã comprada pela Inapa vale 50 milhões de euros
A Inapa – Investimentos, Participações e Gestão e a OptiGroup assumiram um "enterprise value" em torno de 50 milhões de euros para a Papyrus Deutschland.
A Inapa e a OptiGroup AB assumiram um "enterprise value" para a Papyrus Deutschland GmbH & Co KG de cerca de 50 milhões de euros, sujeito a ajustamento de acordo com as contas de final do ano, informou em comunicado à CMVM a empresa liderada por Diogo Rezende (na foto).
Além disso, sublinha o mesmo documento, "é expectável que a sociedade seja transmitida sem dívida financeira".
A Papyrus é uma companhia alemã que actua na área da distribuição de papel nos segmentos gráfico e de escritório e que no ano passado obteve uma facturação de 561 milhões de euros.
O anúncio da aquisição da Papyrus pela Inapa à OptiGroup foi feito no passado dia 24 de Outubro.
Para pagar esta compra, a Inapa vai avançar com uma emissão de obrigações, a favor da Optigroup AB, no valor de 15 milhões de euros, sujeita à aprovação em Assembleia Geral pelos acionistas da distribuidora de papel, e pagará ainda "uma quantia a ser diferida por um período de um ano através da emissão de um instrumento de crédito (vendor loan note), cujo valor preliminar está sujeito a ajustes nos termos do acordo de compra e venda de acções", salienta o comunicado desta segunda-feira, que não adianta qual o montante.
O objectivo da Inapa passa por combinar o negócio da Papyrus Deutschland com a sua subsidiária alemã Papier Union, que teve um volume de negócios de 389 milhões de euros no ano passado.
As duas empresas juntas ficam com uma facturação próxima dos mil milhões de euros, pelo que o mercado da maior economia europeia irá reforçar o estatuto de mais importante para a companhia portuguesa.
A Inapa espera ter o negócio fechado até ao final deste ano, sendo que a operação está dependente da "aprovação habitual da Autoridade da Concorrência alemã", referia a empresa no comunicado de 24 de Outubro.
Num comunicado enviado à imprensa a 24 de Outubro, Diogo Rezende assinalava que "este é um sinal claro de que a OptiGroup acredita na criação de valor desta transacção", pois passará a ser um "accionista relevante" em caso de conversão das obrigações, "mas sem controlo da Inapa".
A distribuidora de papel é controlada pela banca portuguesa, com o BCP a deter 30% do capital e a CGD 25%. O Estado controla ainda, através da Parpública, mais 8% do capital.
A Inapa convocou três assembleias-gerais para converter as acções preferenciais, nas mãos de bancos, em acções ordinárias. Isto para facilitar a entrada do novo accionista devido à compra da companhia alemã.