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Aos 90 anos, Cepsa muda de cor e de nome. Há 1.800 gasolineiras que vão passar à marca Moeve
A implementação da nova marca Moeve em todas as suas estações de serviço será progressiva e terá início em novembro, a um ritmo de cerca de 600 bombas por ano, até atingir as mais de 1.800 que a companhia tem em Espanha e Portugal.
Do vermelho ao azul, dos combustíveis fósseis às energias limpas, do nome Cepsa - que é conhecido em Espanha e Portugal há 90 anos - para uma nova marca chamada Moeve. Este foi o anúncio feita esta quarta-feira em Madrid pela petrolídera espanhola Cepsa.
Maarten Wetselaar, CEO da Moeve, explicou que esta mudança, que será gradual ao longo dos próximos tempos na imagem corporativa da empresa é o resultado da estratégia Positive Motion para 2030, que tem vindo a ser implementada desde 2022.
"Hoje é um dia histórico, em que comunicamos a mudança de uma grande marca, a Cepsa, que está connosco há mais de 90 anos, para dizer ao mundo que nos estamos a transformar num outro tipo de organização, a Moeve, na qual a maior parte do seu lucro provirá de atividades sustentáveis no final desta década", disse o CEO.
A implementação da nova marca em todas as suas estações de serviço será progressiva e terá início em novembro, a um ritmo de cerca de 600 bombas por ano, até atingir as mais de 1.800 que a companhia tem em Espanha e Portugal.
Diz a Cepsa que quer "acelerar a sua descarbonização e a dos seus clientes", prevendo para isso investir até oito mil milhões de euros até ao final da década. Desse valor, 60% será destinados a "negócios sustentáveis, como a produção de hidrogénio verde, segunda geração de biocombustíveis e produtos químicos sustentáveis, bem como carregamento elétrico ultrarrápido", refere a empresa em comunicado
Neste momento, a empresa está já a desenvolver um vale de hidrogénio verde na região espanhola da Andaluzia, que deverá ter uma capacidade de eletrólise de 2.000 MW em 2030. Além disso, promoveu também a criação do primeiro corredor marítimo de exportação de hidrogénio verde que liga os portos de Algeciras e Huelva ao porto de Roterdão, nos Países Baixos. Está ainda a desenvolver novas fábricas de metanol e amoníaco verdes com vários parceiros.
Em Palos de la Frontera, Huelva, a petrolífera está a desenvolver um complexo de biocombustíveis de segunda geração, com uma capacidade de produção anual de um milhão de toneladas de combustível de aviação sustentável (SAF) e diesel renovável (HVO).
Atualmente, a empresa já comercializa - através da nova marca marca Moeve - estes combustíveis sustentáveis em sete dos principais aeroportos espanhóis e em mais de 60 portos que opera no país.
No biometano, a energética está a avançar com cerca de 30 centrais de produção deste gás renovável em Espanha, além de projetos de valorização de resíduos para a produção deste biogás, um substituto do gás natural.
Na mobilidade elétrica, a rede de estações de serviço Moeve conta já com mais de 160 pontos de carregamento ultrarrápido em funcionamento e prevê terminar o ano com 400 construídos, ambicionando ter uma das maiores redes de carregamento elétrico ultrarrápido de todo o território espanhol e português.
Nos produtos químicos, produz e comercializa LAB (base para o fabrico de detergentes biodegradáveis) e fenol a partir de
matérias-primas e fontes de energia renováveis. Além disso, está a construir uma fábrica de álcool isopropílico (IPA) em Huelva, base para o fabrico de géis hidroalcoólicos, que será a primeira instalação deste tipo em Espanha que utiliza
hidrogénio verde.
No que diz respeito aos combustíveis fósseis, a Cepsa anunciou este ano a venda dos seus ativos de exploração e produção na Colômbia e no Peru, após o desinvestimento realizado em Abu Dhabi em 2023, o que representa a venda de cerca de 70% dos seus ativos de produção de petróleo face a 2022 . Em agosto de 2024 anunciou a venda da sua subsidiária de butano, propano e autogás Gasib.
"Nascemos com a sigla Compañía Española de Petróleos SA em 1929 para construir a primeira refinaria em Espanha e liderar a primeira transição energética, e durante quase um século a Cepsa desempenhou um papel decisivo como
motor do progresso e do crescimento económico em Espanha. Hoje, porém, o mundo precisa de outro tipo de soluções energéticas mais sustentáveis", disse o CEO.