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Ângelo Paupério: "É preciso reabilitar a poupança"
O Co-CEO da Sonae disse esta terça-feira, 21 de Março, no Porto, que há hábitos de poupança no consumo, mas que esta prática, muitas vezes, é vista como coisa do passado.
O Co-CEO da Sonae, Ângelo Paupério, salientou que "é preciso reabilitar a poupança. Sinto que não é tão bem vista como devia ser, é coisa de gente agarrada a coisas do passado, gente velha. Temos que falar de poupança como importante, boa, necessária", adiantou.
O gestor, que está à frente de uma maiores empresas de consumo do país, adiantou que existe uma "redução da confiança que existia em relação à sustentabilidade da poupança. As pessoas não sentem a sua poupança segura. E assim uma pessoa sente-se parva por poupar senão depois vai ter que contribuir para compensar o que foi o desvario de outros".
"Tenho dados do consumo das famílias e verifica-se alterações de comportamento marcas de insígnia (brancas) ganham peso. Comem mais em casa" salientou. As pessoas realmente mudaram hábitos de consumo", adiantou o gestor, que esteve na apresentação do livro "Poupança e Financiamento da Economia Portuguesa", organizado pela Associação Portuguesa de Seguradores.
António Pires de Lima, por sua vez, traçou o percurso das empresas desde a altura em que não se endividavam até à situação actual. "Degenerou num fenómeno de "xico espertismo", financiados em dívida, sem garantias adequadas. A criação do euro acabou por ser associada a permissividade e promiscuidade entre negócios do estado", adiantou o ex-ministro.
Pires de Lima realçou ainda que "é de registar é o percurso assinalável e mesmo heróico, em alguns casos, de correcção dos desequilíbrios num tão curto espaço de tempo" nas empresas.