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“Amazon” portuguesa do sexo desconfina com tudo incluído

A plataforma Quycky, que quer “tornar o sexo simples, desconstruindo tabus” na venda de brinquedos e acessórios sexuais, lança-se no mercado global, tendo como “prioridade estratégica” Portugal, Holanda, Alemanha e Estados Unidos.

12 de Julho de 2022 às 19:06
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"A indústria dos brinquedos sexuais foi das que mais crescimento mostrou durante a pandemia, o que reflete a importância que os consumidores atribuem ao prazer sexual. Este mercado foi avaliado em 33,64 mil milhões de dólares (33,3 mil milhões de euros) em 2020 e estima-se um crescimento de 2,5 mil milhões (2,5 mil milhões de euros) até 2025", realça Mariana Tomé Ribeiro, da Quycky (quycky.com), plataforma que se apresenta como "a nova Amazon do sexo".

 

"Queremos, por isso, estar preparados para dar resposta a esta procura e chegar a todo o mundo. Partimos de Portugal para o mundo com a missão de descomplicar o sexo e gerar conteúdos didáticos e cientificamente fundamentados", promete a empresária portuguesa, em comunicado.

 

Mariana Tomé Ribeiro (terceira, nas fotos) é a "sócia maioritária" da Quycky, confirmou ao Negócios fonte oficial da empresa.

 

Entretanto, "com o investimento captado em ‘seed’, estão a reestruturar a sociedade para entrada de um novo sócio que, com o investimento feito, permitiu criar as ferramentas para o negócio começar a operar", explicou o mesmo responsável da Quycky, adiantando, sem identificar, que um "investidor português" aplicou 200 mil euros em "pre-seed" na plataforma.

 

Após esta primeira ronda de investimento, a Quycky lança-se no mercado global, "tendo como prioridade estratégica Portugal, Holanda, Alemanha e Estado Unidos da América".

 

Nascida durante o primeiro confinamento, a Quycky diz que "quer tornar o sexo simples, desconstruindo tabus e preconceitos na venda de brinquedos e acessórios sexuais", agregando mais de oito mil produtos, incluindo brinquedos, acessórios sexuais e higiene íntima, "com uma abordagem aberta e inclusiva aos temas da sexualidade", enfatiza.

 

"Sem barreiras de identidade de género, orientação sexual e abrangendo ainda os temas do poliamor e do capacitismo, a Quycky lança-se ao mundo com a missão de consciencializar para uma sexualidade aberta, segura e inclusiva", sinaliza.

 

A marca aposta, também, no lançamento de uma aplicação de encontros, associada à plataforma, cujas interações entre os utilizadores se processam através de um jogo de perguntas sobre sexo e preferências sexuais.

 

"O jogo de perguntas é organizado por níveis de intensidade, sobre sexo e relacionamentos: ‘Curious’, ‘Hot’ e ‘Spicy’. Com base nas respostas, a aplicação ativa um sistema de ligação entre utilizadores, baseado em linhas de orientação de comunidade explícitas e promotoras de proteção individual. Através do sistema de gratificação, os utilizadores podem subir na classificação e conquistar, também, benefícios no ‘marketplace’", destaca a Quycky.

 

Tendo a inclusão como "premissa-chave" de todo o projeto, a Quycky criou, na sua plataforma, "várias categorias baseadas em zonas de prazer – vulva, pénis, ânus e mamilos - e nos momentos associados ao ato sexual (antes, durante e pós)".

 

A ideia, sublinha, "é desconstruir as catalogações tradicionais (homens, mulheres, solteiros e casais), promover a diversidade e atualizar as noções de prazer para todas as pessoas e tipos de corpos".

 

E para garantir que "a comunidade Quycky tem acesso ao prazer individual e partilhado de forma consciente, informada e segura", a plataforma conta com o apoio técnico da sexóloga Leonor de Oliveira, autora do projeto "Pronto a despir".

 

"Na ausência de educação sexual formal, as pessoas procuram-na por vias informais, com a pornografia e as comunidades online. Considerando todos os tipos de perfil, pretendemos colocar a ciência do nosso lado e promover informação fundamentada. Queremos fomentar o debate inclusivo em identidade de género e orientação sexual além do óbvio, desconstruindo temas como o capacitismo ou o privilégio de casal em torno de assuntos como a descoberta do corpo", explica Leonor de Oliveira.

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