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Águas de Portugal reconhece existência de precariedade e garante negociação com sindicatos

O presidente da Águas de Portugal (AdP) admitiu hoje ter conhecimento de casos de precariedade laboral nas empresas do grupo e garantiu estar em negociações com os sindicatos para um acordo colectivo de trabalho.

Miguel Baltazar/Negócios
20 de Fevereiro de 2018 às 19:52
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"A integração de trabalhadores com vínculo precário foi um desígnio nosso para dar resposta [à falta de colaboradores]. [...] Temos os sindicatos afectos à CGTP e UGT sentados à mesa para negociarmos. Esperamos que os próximos seis meses sejam importantes para produzirmos um acordo colectivo de trabalho", disse João Nuno Mendes (na foto), presidente da Águas de Portugal, durante uma audição parlamentar esta terça-feira na Comissão de Ambiente, Ordenamento do Território, Descentralização, Poder Local e Habitação.

 

Na sua intervenção, o deputado do PSD Manuel Frexe destacou uma "falta acentuada de pessoal" no grupo AdP, em parte, fruto de várias reestruturações efectuadas.

 

Manuel Frexe considerou ainda que é necessário proceder ao "rejuvenescimento dos quadros" no grupo, de modo a garantir as "boas condições operacionais" das empresas.

 

Aquela opinião foi partilhada pela deputada socialista Eurídice Pereira, que sublinhou a necessidade de garantir a existência futura de operacionais para dar resposta ao sector das águas.

 

Por sua vez, o deputado do BE Jorge Costa considerou inadequado que trabalhadores de "empresas geridas pela mesma entidade" operem com condições diferentes.

 

Já o deputado do CDS Álvaro Castelo Branco disse que era importante averiguar de que forma é que o serviço prestado pelo grupo AdP foi "degradado" em virtude da redução do quadro de trabalhadores.

 

Paula Santos do PCP, por seu turno, notou ainda a falta de segurança associada ao desempenho de funções por um só funcionário, sobretudo em período nocturno. 

 

Em resposta aos deputados, João Nuno Mendes destacou a "consistência" do grupo, sustentando-a com alguns números.

 

"Em 2017 o investimento aumentou 31% face ao ano passado. Houve um esforço na área da manutenção, que subiu 25%. Somos um grupo com meios de transporte e de comunicação com os trabalhadores. Temos um seguro de saúde, no qual gastamos, no total, cerca de quatro milhões de euros. O grupo preocupa-se com as suas empresas e os seus trabalhadores. Das 17 empresas, 15 têm certificações de segurança, seis das quais a título parcial", notou.

 

O responsável do grupo Águas de Portugal disse ainda que, apesar das empresas do grupo terem uma matriz comum, apresentam condições diferentes, nomeadamente a nível financeiro.

 

As comissões de trabalhadores do grupo Águas de Portugal já haviam sido hoje ouvidas na Comissão de Ambiente, tendo alertado que a falta de funcionários e a precariedade laboral vivida nas empresas do universo AdP podem comprometer o serviço público prestado por aquelas.

 

"Na lógica de gestão economicista, tem vindo a degradar-se a qualidade de serviço. Existe a falta de renovação do quadro de trabalhadores. Nos últimos 20 anos, perdeu-se 50% dos efectivos. A falta de trabalhadores põe em causa o serviço público de qualidade", disse o representante da comissão de trabalhadores da EPAL, José Martins.

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