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AEP “ataca” o Irão pela quarta vez em 10 meses
Pela quarta vez nos últimos dez meses, a AEP regressa ao Irão, no final da próxima semana, à frente de uma missão comercial de uma dezena de empresas portuguesas. “É esta a hora de apostar no Irão”, clama o presidente da associação, Paulo Nunes de Almeida.
Entre os próximos dias 23 e 27, empresários e gestores de uma dezena de empresas portuguesas, maioritariamente ligadas à fileira da construção, estarão em Teerão, capital do Irão, a participar numa missão comercial promovida pela Associação Empresarial de Portugal (AEP).
Será a quarta vez que a AEP volta a este país nos últimos 10 meses. Porque "é esta a hora de apostar no Irão", justifica o seu presidente, Paulo Nunes de Almeida.
"Conquistada a confiança dos decisores institucionais, pela persistência e tacto com que, desde 2009, temos abordado um mercado tão exigente quanto promissor, estão criadas as condições para as empresas portuguesas começarem a capitalizar o trabalho que temos feito", afirma o dirigente associativo, em comunicado.
Em Teerão, a comitiva empresarial portuguesa terá reuniões de negócios com potenciais clientes, previamente identificados pela AEP, e contactarão com agentes de mercado locais interessados em conhecer o que o nosso país tem a aportar à dinamização económica do seu país neste tempo pós-embargo internacional.
O objectivo é "consolidar a imagem de Portugal como país exportador e confiável junto dos decisores institucionais" e "alargar a mais empresas portuguesas produtoras de bens e serviços transaccionáveis o espectro de um dos mercados asiáticos mais promissores para os agentes económicos europeus", afirma o presidente da AEP.
Nesta missão empresarial, a sexta da AEP ao Irão nos últimos sete anos, participam quatro empresas ligadas à fileira da construção, operando as outras seis nos sectores de alimentação e bebidas, energia, equipamento médico-hospitalar, fotografia, sistemas de informação e têxteis-lar.
"Com estas 10, passa para 44 o número de empresas portuguesas a quem a AEP propiciou um contacto directo com a realidade socioeconómica e o mercado do Irão desde que, em Julho de 2015, o país e as grandes potências mundiais fecharam o acordo nuclear internacional que permitiu, em Janeiro deste ano, o levantamento das sanções", realça a associação.
Apesar do reforço da aposta comercial portuguesa no Irão, o fim das sanções ainda não se reflectiu nas exportações nacionais. Pelo contrário, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), as vendas àquele país caíram 75,4% no primeiro trimestre, de pouco mais de sete milhões para 1,72 milhões de euros. As importações tiveram um comportamento inverso, ao aumentarem 264,7%, passando de 3,13 milhões para 11,4 milhões de euros.
O presidente da AEP desvaloriza esta evolução negativa, dizendo tratar-se de um "quadro que rapidamente pode evoluir a favor de Portugal" e que se "explica, em boa parte, pela rápida reacção ao fim do embargo" das grandes empresas e da diplomacia económica dos Estados Unidos e dos países economicamente mais fortes da União Europeia.
No ano passado, as vendas portuguesas para o Irão atingiram 19,4 milhões de euros, mais 177% do que em 2014, enquanto as importações recuaram 12,4%, tendo-se ficado pelos 26,8 milhões de euros.
Portugal vendeu ao Irão principalmente veículos e outro material de transporte (8,1 milhões de euros), pastas celulósicas e papel (6,2 milhões de euros), metais comuns (1,8 milhões de euros), máquinas e aparelhos (928 mil euros) e produtos químicos (549 mil euros).
No que se refere às importações, os metais comuns ocuparam a liderança, com 26 milhões de euros, a que corresponde mais de 97% do total das nossas compras a fornecedores iranianos. Seguiram-se os produtos agrícolas (555 mil euros), os minerais e minérios (115 mil euros) e os plásticos e borrachas (61 mil euros).
A nova missão empresarial da AEP ao Irão faz parte do seu programa de internacionalização, denominado "Business on the way 2016". Até final do ano, prevê a realização de mais de quatro dezenas de acções em 27 mercados.
"Desde 1990 que a AEP é a entidade privada que em Portugal mais se tem destacado no apoio à internacionalização empresarial e no fomento das exportações. Nestes 26 anos, organizou 476 acções de promoção da oferta nacional em 72 países, de quatro continentes, nas quais participaram cerca de 3.000 empresas produtoras de bens e serviços transaccionáveis", enfatiza a associação presidido por Paulo Nunes de Almeida.