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Administração do Público mantém confiança na direcção apesar de desconfiança da redacção

87% dos jornalistas que se dirigiram às urnas que estiveram ontem no "Público" aprovaram uma moção de desconfiança à direcção. Bárbara Reis afirmou que não iria tirar consequências daquela moção. A administração relembra que é ela quem decide.

17 de Outubro de 2012 às 12:17
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Ainda os resultados da votação da moção de desconfiança dirigida à direcção editorial não tinham sido conhecidos e já o conselho de administração do “Público” lançava uma nota a manter “inteira confiança” na direcção liderada por Bárbara Reis.

Em comunicado, o conselho de administração do “Público”, que pertence à Sonaecom, defendeu que “deposita inteira confiança na actual direcção editorial do Público”. A direcção editorial da publicação conta com Bárbara Reis, como directora, Nuno Pacheco, Manuel Carvalho e Miguel Gaspar como directores-adjuntos, Sónia Matos como directora de arte e Simone Duarte como directora executiva online.

“Em nome da salvaguarda das regras de gestão da empresa, bem como das políticas fundamentais relativas à sua reestruturação, não poderá aceitar as acções individuais ou colectivas que perturbem ou mesmo coloquem em causa a prossecução dos objectivos fundamentais a cujo cumprimento aquela está adstrita”, continua o comunicado da administração.

O órgão de administração salientou que só a si cabe “ a responsabilidade de nomear, avaliar ou destituir as direcções editoriais”.

Tal posição tinha sido já defendida pela direcção quando esta reagiu ao anúncio de uma moção de desconfiança à direcção, lançada pelo conselho de redacção.

O conselho de redacção colocou a votação aquele instrumento como forma de mostrar que “nenhuma solução motivadora” para os trabalhadores do jornal, no futuro, passa “pela actual liderança”.

A direcção reagiu dizendo que não havia cabimento legal para uma “moção de desconfiança”. Contudo, em 1997, como relembram vários órgãos de comunicação hoje, Nicolau Santos foi demitido do cargo de director na sequência de uma “moção de desconfiança”. Sobre este tema, Bárbara Reis não respondeu aos contactos do Negócios.

"O conselho de redacção lamenta a cumplicidade da direcção editorial na tentativa de despedimento colectivo em curso no 'Público'", apontava o texto da moção, que recebeu os votos positivos de 87 jornalistas entre 100 votantes (87% dos votantes). Estavam inscritos 158 eleitores, pelo que 55% dos elementos que compõem a redacção “desconfiam” da direcção.

A moção foi lançada depois do anúncio do despedimento colectivo de 48 trabalhadores da publicação, 36 dos quais jornalistas. Para sexta-feira, está marcada uma greve dos trabalhadores. Na próxima semana, a comissão de trabalhadores irá reunir-se com a administração.
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