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Acionistas do Novo Banco decidem hoje composição do Conselho Geral e de Supervisão

O CGS tem como presidente Byron Haynes, homem de confiança da Lone Star, sendo os restantes oito membros Karl-Gerhard Eick, Kambiz Nourbakhsh, Mark Andrew Coker, Carla Antunes da Silva, William Henry Newton, Monika Wildner, Evgeniy Kazarez e Susana Smith.

Alexandre Azevedo
20 de Dezembro de 2024 às 07:04
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Os acionistas do Novo Banco reúnem-se esta sexta-feira em assembleia-geral extraordinária para nomeação dos membros do Conselho Geral e de Supervisão e definição da política de remunerações, segundo a convocatória a que a Lusa teve acesso.

A reunião magna, que junta os três acionistas do Novo Banco (fundo de investimento norte-americano Lone Star, Fundo de Resolução bancário e Direção-Geral do Tesouro e Finanças), tem quatro pontos na ordem de trabalhos, sendo três pontos deliberações sobre políticas de remuneração (dos presidentes do Comité de Nomeações e do Comité de 'Compliance' do Conselho Geral e de Supervisão, dos órgãos de Gestão e Fiscalização e dos membros do Conselho Geral e de Supervisão) e outro a nomeação dos membros do Conselho Geral e de Supervisão para o mandato 2025 a 2028.

O Conselho Geral e de Supervisão (CGS) é o órgão de fiscalização do Novo Banco, a quem cabe a definição e a supervisão do trabalho do Conselho de Administração.

O CGS tem como presidente Byron Haynes, homem de confiança da Lone Star, sendo os restantes oito membros Karl-Gerhard Eick, Kambiz Nourbakhsh, Mark Andrew Coker, Carla Antunes da Silva, William Henry Newton, Monika Wildner, Evgeniy Kazarez e Susana Smith.

O Novo Banco foi criado em agosto de 2014 para ficar com parte da atividade do Banco Espírito Santo (BES), na resolução deste. Tem como principal acionista o fundo de investimento norte-americano Lone Star, com 75% do capital social. O Fundo de Resolução bancário tem 13,54% e os restantes 11,46% pertencem diretamente ao Estado português (através da DGTF - Direção-Geral do Tesouro e Finanças).

Na semana passada, foi acordado entre o Fundo de Resolução e o Novo Banco o fim antecipado do mecanismo de capitalização contingente (o fim seria apenas no final de 2025), com as partes a desistirem de litígios judiciais. Este acordo permite ao Novo Banco decidir pagar dividendos aos acionistas e facilita a venda do banco (é público que a Lone Star quer vender a sua parte a médio prazo).

O mecanismo de capitalização contingente foi criado aquando da venda da maioria do Novo Banco à Lone Star (em 2017) com o objetivo de proteger os rácios de capital do Novo Banco de perdas em determinados ativos, cabendo ao Fundo de Resolução a responsabilidade pelos pagamentos.

Ao abrigo deste acordo, o Fundo de Resolução injetou mais de 3.000 milhões de euros no banco, num processo que ao longo dos anos motivou muitas polémicas públicas e políticas.

O lucro do Novo Banco foi de 610,4 milhões de euros entre janeiro e setembro, menos 4,4% em termos homólogos.

Segundo informações obtidas pela Lusa, o Novo Banco tem em curso um processo de reestruturação que passa pela reorganização de departamentos e saída de trabalhadores sobretudo mais velhos, em reformas antecipadas e rescisões por acordo.

As contas do Novo Banco até setembro indicam que foram constituídas provisões de 30 milhões de euros no segundo trimestre para "o processo de transformação enquadrado no programa estratégico de inovação e simplificação" que o banco tem em curso.

Contactado pela Lusa para saber detalhes sobre a reestruturação, o banco não deu mais informação. O Novo Banco não faz conferências de imprensa desde que mudou a presidência executiva em 2022, quando António Ramalho foi substituído por Mark Bourke.

A Comissão Nacional de Trabalhadores do Novo Banco disse à Lusa que o processo que está a decorrer "é um processo muito, muito tranquilo", sem causar "qualquer perturbação" na instituição, disse o coordenador, Rui Geraldes. Para ja, afirmou, o que está a provocar mais apreensão nos trabalhadores é a perspetiva da venda do banco.

De acordo com várias fontes contactadas pela Lusa, o processo de reestruturação implica investimento tecnológico e reorganização de departamentos para tornar a estrutura mais simples.

Quanto a trabalhadores, estão a ser feitos acordos de saída com trabalhadores mais velhos, um processo que já vinha acontecendo mas que foi reforçado. Ao mesmo tempo, têm sido contratados funcionários mais jovens e sobretudo para áreas de tecnologia e digitalização, referem fontes sindicais.

Em setembro passado, o Novo Banco tinha 4.249 funcionários (mais 40 do que em setembro de 2023) e dispunha ainda de 291 balcões (menos um).

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