Notícia
Accionista japonês quer vender Minas da Panasqueira
O grupo japonês que detém a concessão das Minas da Panasqueira quer vender aquela exploração de volfrâmio, confirmou à Lusa Alfredo Franco, presidente do conselho de administração da Sojitz Beralt Tin and Wolfram Portugal.
Em resposta escrita enviada à agência Lusa, Alfredo Franco explicou que o "accionista decidiu proceder à venda deste activo (a empresa), no menor prazo possível".
Alfredo Franco acrescentou ainda que, até à venda da empresa, os compromissos, designadamente no que concerne ao pagamento de salários, serão respeitados, desde que esta ocorra num período de tempo "razoável".
O jornal semanário Notícias da Covilhã revelava esta quinta-feira, 21 de Maio, esta intenção de venda das Minas da Panasqueira.
Em Março, Alfredo Franco já tinha informado que a empresa estava a passar dificuldades devido às constantes quedas do preço do volfrâmio, uma situação que não se alterou e que mantém em cima da mesa a hipótese de suspensão da actividade, caso não surjam compradores para aquela exploração de minério, situada na Barroca Grande, concelho da Covilhã.
"Esse risco permanece. Caso o processo de venda não seja célere (ou de não haver interessados na aquisição da empresa), pode haver a necessidade de suspender a produção, até porque se estima que o preço do APT - Paratungstato de Amónio - baixe ainda mais e isso até ao final do ano de 2015", acrescenta a resposta do administrador.
Uma possibilidade que é vista com grande preocupação por parte da Câmara Municipal da Covilhã, que já reuniu com diferentes representantes do Governo, designadamente com o ministro da Economia, para apelar a uma intervenção "clara e proactiva" no sentido de evitar o que, a verificar-se, seria uma "catástrofe social" para a região.
Apelo e preocupação partilhados pelos autarcas do Fundão e Pampilhosa da Serra, concelhos de onde são originários muitos dos trabalhadores.
As Minas da Panasqueira são a única exploração de extração de volfrâmio a laborar em Portugal, tendo a empresa sido comprada em 2007 pelo grupo japonês Sojitz Corporation, num investimento de 50 milhões de euros, a que entretanto, e segundo a empresa, já acrescem mais oito milhões de euros.
Em Março, trabalhavam ali 339 pessoas, número que até final de Maio passará para 307, já que, devido às dificuldades, a empresa está dispensar os trabalhadores com contratos a prazo e os reformados.