Notícia
Parque automóvel português continua a envelhecer. Renovação deve ser "prioridade", diz ACAP
ACAP adverte que Portugal continua com um parque automóvel envelhecido quando comparado com outros países da União Europeia. Medidas como incentivo ao abate, previsto no OE, mas também a redução fiscal no momento da compra podem ser parte da solução.
O parque automóvel português continua a envelhecer, alerta a Associação Automóvel de Portugal (ACAP), defendendo que a renovação tem de ser uma "prioridade", lembrando que, em 2022, circulavam nas estradas em Portugal aproximadamente 1,5 milhões de veículos ligeiros de passageiros com mais de 20 anos de idade.
A "falta de renovação do parque automóvel no país" fica patente nomeadamente na idade média das viaturas entregues para abate que tem seguido uma trajetória ascendente há mais de uma década, assinalou, esta quinta-feira, o secretário-geral da ACAP, Hélder Pedro, dando conta de que, no ano passado, olhando para o universo de 100 mil veículos que seguiram para o desmantelamento a média de idades situava-se em média 24,3 anos, contra 15,6 anos em 2006.
Apesar do crescimento no número de veículos matriculados - 26% em 2023 - "Portugal continua com um parque automóvel envelhecido, quando comparado com outros países da União Europeia (UE)", realçou, durante o Fórum do Retalho Automóvel, descrito como "o maior evento exclusivamente dedicado aos temas do negócio da distribuição automóvel em Portugal", decorre, esta quinta-feira, sob o tema "Conduzir à nova mobilidade", no Centro Cultural de Belém.
À luz dos números compilados pela ACAP, a idade média dos veículos ligeiros de passageiros passou de 7 anos em 2000 para 13,6 anos em 2022. E, nesse ano, só 18% do parque de automóveis ligeiros de passageiros tinha menos de 5 anos de idade, quando em 2000 pesavam 46%.
Os ligeiros de mercadorias e os pesados de mercadorias são atualmente os veículos mais velhos do parque automóvel nacional, situando-se acima dos 15 anos. Seguem-se os pesados de passageiros (14 anos) e, por fim, então, os ligeiros de passageiros (13,6 anos).
Um dos fatores que tem contribuído para o envelhecimento do parque automóvel português tem que ver também com o aumento do número de viaturas importadas, já que se tem verificado "um agravamento da idade média dos importados usados". "Há, de facto, um envelhecimento do parque em Portugal por esta via", sinalizou Hélder Pedro, dando conta de que a idade média neste segmento no ano passado (até novembro) foi de 8,3 anos, contra 7 anos em 2022.
Em 2023, as matrículas de automóveis ligeiros de passageiros importados usados em Portugal representavam 54,9% das novas (contra 67,1% em 2022, ano pautado designadamente pela escassez de componentes devido às disrupções na cadeia de valor, desencadeadas em grande parte pela guerra na Ucrânia).
Com o intuito de procurar renovar o parque automóvel em Portugal, a ACAP tem vindo a defender a reintrodução de mecanismos de incentivo ao abate de veículos em fim de vida para acelerar a substituição dos veículos convencionais mais antigos e poluentes por veículos de baixas emissões, tal como aconteceu em Espanha, Itália ou França, uma batalha ganha, já que o Governo
decidiu incluir um programa para o efeito no Orçamento do Estado para 2024.
A ACAP fez as contas ao impacto ambiental da medida que, segundo avançou, pode resultar na poupança energética de 3,2 milhões de litros de combustível/ano, o equivalente a 33.200 barris de petróleo, assim como no corte de 38.200 toneladas de CO2 ao ano.
Além disso, apontou, há também "ganhos" do ponto de vista da diminuição da sinistralidade rodoviária, difíceis de medir, mas que devem ser tidos em conta considerado que Portugal continua a ter "índices graves".
Apesar de o mercado automóvel ter crescido em 2023, figurando em nono lugar na "grelha" da UE, o secretário-geral da ACAP chamou a atenção para o facto de o setor, "um dos mais afetados pela pandemia", ainda não ter recuperado os níveis de 2019, ainda que esse seja também o cenário noutros países do bloco dos 27.
Neste sentido, a ACAP defende, entre outros, a continuação do programa de incentivos a veículos elétricos, do Fundo Ambiental, até porque, apesar dos "números promissores" em termos de vendas de veículos mais sustentáveis, apenas 5% das viaturas ligeiras de passageiros que circulam em Portugal são movidas a energias alternativas (elétricos, híbridos ou híbridos plug-in), com 58,2% a usarem gasóleo e 36,6% gasolina.
A este nível, seguindo, aliás, o mote do fórum, a ACAP propõe também a implementação de um observatório permanente da rede de carregamento, que inclua vários parceiros do setor, com a supervisão da Mobi.E.
Outra medida passa por avançar com a redução fiscal no momento da compra dos veículos tal como preconizado na reforma fiscal de 2007.
O setor automóvel em Portugal, composto por 28.400 empresas, que têm ao serviço 150 mil pessoas, gerou, em 2023, receitas fiscais para o Estado na ordem dos 10,3 mil milhões (entre IVA, IUC, ISP e outros impostos), sendo o que mais contribuiu.
Embora sublinhando que também é assim na UE, o secretário-geral da ACAP não deixou de fazer um paralelismo: "em Portugal representa quase 18% das receitas fiscais do Estado, enquanto a média na UE anda nos 14%".
A "falta de renovação do parque automóvel no país" fica patente nomeadamente na idade média das viaturas entregues para abate que tem seguido uma trajetória ascendente há mais de uma década, assinalou, esta quinta-feira, o secretário-geral da ACAP, Hélder Pedro, dando conta de que, no ano passado, olhando para o universo de 100 mil veículos que seguiram para o desmantelamento a média de idades situava-se em média 24,3 anos, contra 15,6 anos em 2006.
À luz dos números compilados pela ACAP, a idade média dos veículos ligeiros de passageiros passou de 7 anos em 2000 para 13,6 anos em 2022. E, nesse ano, só 18% do parque de automóveis ligeiros de passageiros tinha menos de 5 anos de idade, quando em 2000 pesavam 46%.
Os ligeiros de mercadorias e os pesados de mercadorias são atualmente os veículos mais velhos do parque automóvel nacional, situando-se acima dos 15 anos. Seguem-se os pesados de passageiros (14 anos) e, por fim, então, os ligeiros de passageiros (13,6 anos).
Um dos fatores que tem contribuído para o envelhecimento do parque automóvel português tem que ver também com o aumento do número de viaturas importadas, já que se tem verificado "um agravamento da idade média dos importados usados". "Há, de facto, um envelhecimento do parque em Portugal por esta via", sinalizou Hélder Pedro, dando conta de que a idade média neste segmento no ano passado (até novembro) foi de 8,3 anos, contra 7 anos em 2022.
Em 2023, as matrículas de automóveis ligeiros de passageiros importados usados em Portugal representavam 54,9% das novas (contra 67,1% em 2022, ano pautado designadamente pela escassez de componentes devido às disrupções na cadeia de valor, desencadeadas em grande parte pela guerra na Ucrânia).
Com o intuito de procurar renovar o parque automóvel em Portugal, a ACAP tem vindo a defender a reintrodução de mecanismos de incentivo ao abate de veículos em fim de vida para acelerar a substituição dos veículos convencionais mais antigos e poluentes por veículos de baixas emissões, tal como aconteceu em Espanha, Itália ou França, uma batalha ganha, já que o Governo
decidiu incluir um programa para o efeito no Orçamento do Estado para 2024.
A ACAP fez as contas ao impacto ambiental da medida que, segundo avançou, pode resultar na poupança energética de 3,2 milhões de litros de combustível/ano, o equivalente a 33.200 barris de petróleo, assim como no corte de 38.200 toneladas de CO2 ao ano.
Além disso, apontou, há também "ganhos" do ponto de vista da diminuição da sinistralidade rodoviária, difíceis de medir, mas que devem ser tidos em conta considerado que Portugal continua a ter "índices graves".
Apesar de o mercado automóvel ter crescido em 2023, figurando em nono lugar na "grelha" da UE, o secretário-geral da ACAP chamou a atenção para o facto de o setor, "um dos mais afetados pela pandemia", ainda não ter recuperado os níveis de 2019, ainda que esse seja também o cenário noutros países do bloco dos 27.
Neste sentido, a ACAP defende, entre outros, a continuação do programa de incentivos a veículos elétricos, do Fundo Ambiental, até porque, apesar dos "números promissores" em termos de vendas de veículos mais sustentáveis, apenas 5% das viaturas ligeiras de passageiros que circulam em Portugal são movidas a energias alternativas (elétricos, híbridos ou híbridos plug-in), com 58,2% a usarem gasóleo e 36,6% gasolina.
A este nível, seguindo, aliás, o mote do fórum, a ACAP propõe também a implementação de um observatório permanente da rede de carregamento, que inclua vários parceiros do setor, com a supervisão da Mobi.E.
Outra medida passa por avançar com a redução fiscal no momento da compra dos veículos tal como preconizado na reforma fiscal de 2007.
O setor automóvel em Portugal, composto por 28.400 empresas, que têm ao serviço 150 mil pessoas, gerou, em 2023, receitas fiscais para o Estado na ordem dos 10,3 mil milhões (entre IVA, IUC, ISP e outros impostos), sendo o que mais contribuiu.
Embora sublinhando que também é assim na UE, o secretário-geral da ACAP não deixou de fazer um paralelismo: "em Portugal representa quase 18% das receitas fiscais do Estado, enquanto a média na UE anda nos 14%".