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Abertis reforçou na Brisa para ajudar empresa a recuperar valor
A Abertis reforçou a sua participação na portuguesa Brisa para se "envolver mais" na empresa e ajudá-la a recuperar algum do valor que perdeu em bolsa nos últimos meses, disse à Lusa o conselheiro delegado do grupo espanhol.
27 de Março de 2012 às 13:21
A Abertis reforçou a sua participação na portuguesa Brisa para se "envolver mais" na empresa e ajudá-la a recuperar algum do valor que perdeu em bolsa nos últimos meses, disse à Lusa o conselheiro delegado do grupo espanhol.
Francisco Reynés, que falava antes da junta de accionistas do grupo espanhol explicou assim a aquisição pela Abertis de 0,398 por cento dos direitos de voto da Brisa, onde passou a deter 15,003 por cento da concessionária de auto-estradas.
"Sempre dissemos que as nossas participações são estratégicas enquanto houver espaço para desenvolver a nossa vontade que é, como sócio industrial, de ter um papel relevante na gestão, participando e ajudando a consolidá-la", afirmou à Lusa em Barcelona.
Questionado sobre se a participação pode ser vendida, Reynés insistiu que esse objectivo não está na mente da Abertis.
"Financeiramente a Brisa não é um activo disponível para venda e enquanto estiver neste valor não a venderemos", disse Reynés.
"Sobre o futuro, só o futuro dirá", acrescentou o presidente da empresa espanhola, Salvador Alemany.
No caso da Brisa Reynés considerou que as "participações não industriais têm que ter sentido de oportunidade", sendo que a Brisa "perdeu, nos últimos meses, mais de 50 por cento do seu valor em bolsa".
"Queremos trabalhar conjuntamente com o resto dos accionistas para recuperar esse valor em bolsa. Dentro desse marco e de estratégia a curto prazo, a vontade da Abertis é envolver-se mais na empresa para tentar ajudar a recuperar o valor que intrinsecamente têm todos e cada um dos seus activos", disse.
Ainda que o reforço não seja significativo do ponto de vista financeiro, "não mudando o valor de exposição na Brisa" é significativo, explicou, "do ponto de vista de querer recuperar o valor intrínseco da participação".
Em 2010, a concessionária espanhola tinha manifestado a intenção de vender a posição na Brisa, assim como os 6,7% que detinha na italiana Atlantia, tendo apenas concretizado esta última operação.
A queda da cotação da concessionária portuguesa levou entretanto o grupo espanhol – que adquiriu as acções da Brisa a um preço médio de cerca de seis euros – a afirmar não ter pressa nessa alienação.
No ano passado, quando a Brisa perdeu mais de metade do seu valor em bolsa, a espanhola alterou a sua estratégia, passando a classificar o investimento na empresa portuguesa como participação em entidade associada, evitando o registo de uma imparidade de cerca de 238 milhões de euros.
Questionado sobre o fim do projecto do TGV em Portugal -- a Brisa era uma das empresas do grupo envolvido no concurso para a construção do troço Poceirão-Caia -- Reynés afirmou que a decisão do Governo português "não terá impacto relevante na conta de resultados".
"O projecto ainda não tinha começado e, nesse sentido, é melhor que não comece antes de acabar mal", disse, remetendo para a Brisa comentários sobre a avaliação do fim do projecto.
Noutro âmbito, Reynés saudou a "boa decisão" do Governo português introduzir portagens nas antigas SCUT, afirmando que a questão da "harmonização" nas auto-estradas é um debate essencial que, em Espanha, ainda não foi concluído.
"Essa vontade de harmonização foi um dos motivos que levou Portugal a tomar a decisão de portajar as vias. O tráfico não caiu mais do que em Espanha e a actividade e conjuntura têm mais impacto no trânsito que as portagens", afirmou.
"Manter e conservar a rede viária obriga a dotações orçamentais e se não as há do ponto de vista do orçamento de Estado tem que haver do ponto de vista do utilizador. Portugal tomou uma boa decisão", disse.
Num encontro hoje com jornalistas em Barcelona, o presidente da Abertis, Salvador Alemany, deu conta de uma queda de 8 por cento no tráfico nas estradas da Abertis desde 2007, com uma queda de 22,4 por cento em Espanha a não ser compensada pelo aumento de 15,6 por cento do tráfico nas estradas da América Latina.
"A queda do tráfico em Espanha vai mais além do comportamento do PIB neste período acumulado (desde 2007 caiu 2,3 por cento)", disse.
Finalmente, e noutro âmbito, Reynés afirmou que depois de definir as suas prioridades a Abertis apostou nos processos de privatizações da gestão aeroportuária espanhola em vez do processo de privatização português.
"Não temos recursos para estudar todos os projectos e apostámos antes nos processos de privatização em Espanha", disse, referindo-se à privatização entretanto suspensa da gestão aeroportuária espanhola, dadas as más condições do mercado.
Francisco Reynés, que falava antes da junta de accionistas do grupo espanhol explicou assim a aquisição pela Abertis de 0,398 por cento dos direitos de voto da Brisa, onde passou a deter 15,003 por cento da concessionária de auto-estradas.
Questionado sobre se a participação pode ser vendida, Reynés insistiu que esse objectivo não está na mente da Abertis.
"Financeiramente a Brisa não é um activo disponível para venda e enquanto estiver neste valor não a venderemos", disse Reynés.
"Sobre o futuro, só o futuro dirá", acrescentou o presidente da empresa espanhola, Salvador Alemany.
No caso da Brisa Reynés considerou que as "participações não industriais têm que ter sentido de oportunidade", sendo que a Brisa "perdeu, nos últimos meses, mais de 50 por cento do seu valor em bolsa".
"Queremos trabalhar conjuntamente com o resto dos accionistas para recuperar esse valor em bolsa. Dentro desse marco e de estratégia a curto prazo, a vontade da Abertis é envolver-se mais na empresa para tentar ajudar a recuperar o valor que intrinsecamente têm todos e cada um dos seus activos", disse.
Ainda que o reforço não seja significativo do ponto de vista financeiro, "não mudando o valor de exposição na Brisa" é significativo, explicou, "do ponto de vista de querer recuperar o valor intrínseco da participação".
Em 2010, a concessionária espanhola tinha manifestado a intenção de vender a posição na Brisa, assim como os 6,7% que detinha na italiana Atlantia, tendo apenas concretizado esta última operação.
A queda da cotação da concessionária portuguesa levou entretanto o grupo espanhol – que adquiriu as acções da Brisa a um preço médio de cerca de seis euros – a afirmar não ter pressa nessa alienação.
No ano passado, quando a Brisa perdeu mais de metade do seu valor em bolsa, a espanhola alterou a sua estratégia, passando a classificar o investimento na empresa portuguesa como participação em entidade associada, evitando o registo de uma imparidade de cerca de 238 milhões de euros.
Questionado sobre o fim do projecto do TGV em Portugal -- a Brisa era uma das empresas do grupo envolvido no concurso para a construção do troço Poceirão-Caia -- Reynés afirmou que a decisão do Governo português "não terá impacto relevante na conta de resultados".
"O projecto ainda não tinha começado e, nesse sentido, é melhor que não comece antes de acabar mal", disse, remetendo para a Brisa comentários sobre a avaliação do fim do projecto.
Noutro âmbito, Reynés saudou a "boa decisão" do Governo português introduzir portagens nas antigas SCUT, afirmando que a questão da "harmonização" nas auto-estradas é um debate essencial que, em Espanha, ainda não foi concluído.
"Essa vontade de harmonização foi um dos motivos que levou Portugal a tomar a decisão de portajar as vias. O tráfico não caiu mais do que em Espanha e a actividade e conjuntura têm mais impacto no trânsito que as portagens", afirmou.
"Manter e conservar a rede viária obriga a dotações orçamentais e se não as há do ponto de vista do orçamento de Estado tem que haver do ponto de vista do utilizador. Portugal tomou uma boa decisão", disse.
Num encontro hoje com jornalistas em Barcelona, o presidente da Abertis, Salvador Alemany, deu conta de uma queda de 8 por cento no tráfico nas estradas da Abertis desde 2007, com uma queda de 22,4 por cento em Espanha a não ser compensada pelo aumento de 15,6 por cento do tráfico nas estradas da América Latina.
"A queda do tráfico em Espanha vai mais além do comportamento do PIB neste período acumulado (desde 2007 caiu 2,3 por cento)", disse.
Finalmente, e noutro âmbito, Reynés afirmou que depois de definir as suas prioridades a Abertis apostou nos processos de privatizações da gestão aeroportuária espanhola em vez do processo de privatização português.
"Não temos recursos para estudar todos os projectos e apostámos antes nos processos de privatização em Espanha", disse, referindo-se à privatização entretanto suspensa da gestão aeroportuária espanhola, dadas as más condições do mercado.