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AB InBev perde 20 mil milhões em bolsa com abrandamento na China e EUA

O abrandamento nas vendas e perda de quota de mercado em mercados relevantes como a China e os Estados Unidos estão a afetar o desempenho financeiro da InBev. Em bolsa, a empresa já está a cotar em mínimos de mais de seis meses.

25 de Outubro de 2019 às 13:15
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A AB InBev caiu mais de 10% em bolsa depois da apresentação de resultados, na qual revelou uma quebra nas entregas para a China e Estados Unidos que abalou os lucros. Uma desvalorização que retira cerca de 20 mil milhões de dólares ao valor da cotada em bolsa. 

 

As contas apresentadas aos investidores mostraram estagnação, desiludindo os analistas que perspetivam um crescimento de 3%. As receitas ficaram-se pelos 13,2 mil milhões de dólares, abaixo da previsão de 13,4 mil milhões de dólares. A InBev reportou resultados abaixo das estimativas dos analistas em quatro dos últimos oito trimestres.


Nos Estados Unidos, o maior mercado da produtora de cervejas, a InBev perdeu quota para marcas como a Bud light e a Budweiser.

 

A agravar as perspetivas, está ainda nova legislação relativa ao consumo de bebidas alcoólicas após as 2 da manhã que foi lançada na China. Neste mercado, o crescimento da InBev abrandou para menos de metade no segundo trimestre – de 24% para 11%. Contudo, a empresa sublinha que as cervejas que vende com os preços mais altos, como a Corona, viram um aumento das vendas de mais de 10%.

 

"O colapso no volume da AB InBev mostra o risco inerente do seu modelo de negócio, que está focado nos preços altos e nas margens e deixa a competição florescer", comenta um analista da Duncan Fox, citado pela Bloomberg.

 

A recente evolução preocupa ainda tendo em conta o contexto de abrandamento económico na China, que está a crescer ao ritmo mais baixo desde 1990 e portanto não levanta as expectativas.

 

Além disto, o CEO da produtora de cervejas, Carlos Brito, decidiu cortar o valor do dividendo para metade tendo em conta o progresso lento na redução de dívida. A empresa tem uma dívida de 104 mil milhões de dólares associada à compra da concorrente SABMiller, em 2016. Recentemente, a empresa pôs a cotar em bolsa a unidade asiática e vendeu a operação na Austrália, o que rendeu 16,6 mil milhões em dinheiro. 

 

Esta sexta-feira, 25 de outubro, as ações da cotada estão a cair 8,53% para os 75,78 euros, depois de já terem atingido um mínimo de 6 de abril, na sequência de uma queda de 11,16% para os 73,60 euros. A fabricante continua, contudo, com um saldo positivo de 31,35% no conjunto do ano e apresenta uma capitalização bolsista de 153 mil milhões de euros.

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