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Musk diz que compra do Twitter pode avançar se empresa divulgar mais detalhes sobre “bots”

Tem estado a tentar recuar no acordo que anunciou em abril para a compra da tecnológica, tendo acusado a plataforma de enganar a sua equipa sobre a verdadeira dimensão da sua base de utilizadores e outros problemas que, a seu entender, configuravam fraude e quebra do contrato.

EPA
06 de Agosto de 2022 às 17:55
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O empresário Elon Musk voltou hoje a insistir que a planeada aquisição da plataforma social Twitter, no valor de 44 mil milhões de dólares, poderá avançar se a empresa divulgar detalhes sobre a percentagem de contas automatizadas.

 

O multimilionário e presidente da Tesla tem estado a tentar recuar no acordo que anunciou em abril para a compra da tecnológica, o que levou a administração do Twitter a processá-lo no mês passado para que a aquisição avançasse.

 

Musk, desde então, contra-atacou, acusando a plataforma de enganar a sua equipa sobre a verdadeira dimensão da sua base de utilizadores e outros problemas que, a seu entender, configuravam fraude e quebra do contrato.

 

"Se o Twitter simplesmente fornecer o seu método de amostragem de 100 contas e como se confirma que estas são reais, o acordo deve prosseguir nos termos originais", 'tweetou' Musk durante a manhã.

 

No entanto, o empresário alertou que "se se verificar que os ficheiros no SEC [Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos] são materialmente falsos", então o negócio "não deve" continuar.

 

Elon Musk desafiou ainda o presidente do Twitter, Parag Agrawal para um "debate público sobre a percentagem de 'bots' entre o universo de utilizadores da plataforma.

 

De acordo com a Associated Press (AP), o Twitter recusou comentar as declarações. A empresa apresentou repetidamente estimativas à SEC de que menos de 5% das contas de utilizadores são falsas ou 'spam', salvaguardando que a percentagem poderá ser maior.

 

A agência noticiosa norte-americana acrescenta que Elon Musk renunciou ao direito a uma maior 'due diligence' quando assinou o acordo de fusão em abril.

 

Elon Musk notificou no início de julho a sua intenção de cancelar a compra da tecnológica, argumentando que a empresa sediada em São Francisco, Califórnia, mentiu sobre a percentagem de contas automatizadas.

 

A intenção não foi bem recebida pelo Conselho de Administração da empresa, que respondeu com uma ação judicial num tribunal de disputas comerciais para o forçar a concluir a transação, estando o julgamento marcado para outubro e prevê-se que se prolongue por cinco dias.

 

O tribunal com sede em Wilmington, no estado norte-americano do Delaware, aceitou, nesse mês, um pedido da plataforma social para acelerar a compra, depois de Musk ter pedido para que o julgamento fosse adiado, na melhor das hipóteses, até fevereiro de 2023.

 

Os advogados de Musk insistiram que a "disputa sobre contas falsas e 'spam' é fundamental para o valor do Twitter" e pediram "tempo substancial" para a realização de uma investigação, tendo considerado que é "desnecessário" seguir um "calendário vertiginoso.

 

Na quinta-feira, os advogados do Twitter registaram que a posição de Elon Musk retrata uma história "contrariada pelas provas e pelo senso comum".

 

"Musk inventa representações que o Twitter nunca fez e depois tenta empunhar, seletivamente, os extensos dados confidenciais que o Twitter lhe forneceu para conjurar uma violação dessas supostas representações", escreveram, citados pela AP.

 

O Twitter convocou os seus acionistas para participarem numa reunião extraordinária no dia 13 de setembro através de conferência telefónica para aprovarem ou não a compra nos termos acordados em abril.

 

O Conselho de Administração do Twitter apelou aos acionistas para validarem o negócio, explicando que seria o último passo para a sua conclusão, embora tenham, também, afirmado este mês que a conclusão do negócio dependerá do "litígio pendente".

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