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Sporting: "Declarações de Jaime Marta Soares cheiram a traição", diz Eduardo Barroso

O ex-presidente da Mesa da Assembleia Geral (AG) do Sporting Eduardo Barroso criticou hoje o sucessor no cargo, Jaime Marta Soares, depois de este referir estarem "esgotadas as hipóteses de manutenção da actual presidência" de Bruno de Carvalho.

Pedro Catarino/Correio da Manhã
09 de Abril de 2018 às 19:36
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Em declarações à Lusa, o antigo dirigente 'leonino' considera que se trata de uma "traição" ao líder do clube, mas diz não ter ficado surpreendido com a tomada de posição pública de Jaime Marta Soares (na foto) à TSF. Para o cirurgião, o actual presidente da AG "devia ter vergonha na cara" e limitar-se a cumprir os estatutos do clube.

 

"Acho essa afirmação um absurdo total. Nem compete ao presidente da AG julgar se o presidente deve ou não deve continuar na presidência. São declarações de alguém a quem subiu à cabeça o ser presidente da AG. A opinião dele conta tanto como a de qualquer outro sócio. Até me cheiram a traição, impressionam-me pela falta de lealdade e gratidão", refere.

 

Questionado sobre o peso de uma falta de apoio dos órgãos sociais, como a Mesa da AG, a Bruno de Carvalho, o antecessor de Jaime Marta Soares desvaloriza a situação, recordando a sua experiência pessoal no cargo ao lado de uma direcção presidida por Godinho Lopes e pela qual não tinha sido eleito.

 

"Da parte do [Jaime] Marta Soares isso não me espanta. Só tenho pena de não o ter podido evitar na altura própria. Já está tudo a saltar do barco, pensando que é inexorável a saída do Bruno [de Carvalho]. Claro que já não vai ter o apoio maciço, porque as pessoas têm o direito de mudar o seu sentido de voto, mas não vejo alternativa neste momento para que se faça aproveitamento destas declarações. É inacreditável, inaceitável, desleal".

 

Sem deixar de frisar que os "votos em Marta Soares foram votos em Bruno de Carvalho", Eduardo Barroso diz não ver razão para ser invocada "justa causa" para a revogação dos mandatos do Conselho Directivo (CD) e do Conselho Fiscal e Disciplinar (CFD), tal como está previsto no artigo 40.º dos estatutos do Sporting.

 

"Não vejo que haja razão para justa causa para destituir o presidente por causa de um conflito com a equipa de futebol. Não faz sentido. O presidente fez um desabafo, teve um estado de alma. E o que se pode dizer é: é legítimo que o presidente do Sporting transmita os seus estados de alma publicamente? Acho que não, mas não vejo naquele 'post' [no Facebook] nada de ofensivo", sublinha.

 

Seguindo a mesma linha de raciocínio, o antigo dirigente dos 'leões' reiterou que "há varias maneiras de discordar de Bruno de Carvalho" e que também discordou da forma pública como o atual presidente 'leonino' manifestou o seu desagrado depois da derrota, por 2-0, frente ao Atlético de Madrid, na primeira mão dos quartos-de-final da Liga Europa.

 

"Discordo daquele 'post' inicial, que desencadeou esta última crise com a equipa de futebol. Eu teria subscrito a cem por cento, não houve nada daquele 'post' que eu, sócio há 69 anos e n.º 471, não pudesse dizer. Fica por saber é se o presidente tem também o direito de fazer aquele tipo de crítica pública, mas Bruno de Carvalho já nos tinha dito que sim", conclui.

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