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SAD do Porto faz emissão de 35 milhões de euros e estuda aumento de capital

A SAD do FC Porto anunciou esta terça-feira uma emissão obrigacionista a três anos num montante de 35 milhões de euros com uma taxa de juro fixa anual de 4,75%. O montante mínimo a investir é de 1.500 euros.

Correio da Manhã
04 de Maio de 2021 às 20:22
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A Futebol Clube do Porto SAD anunciou esta terça-feira uma emissão de obrigações a três anos num montante de 35 milhões de euros. E indica ainda que está a estudar um eventual aumento de capital.

O prospeto divulgado na CMVM refere que a taxa de juro anual fixa é de 4,75%, o mesmo valor da emissão de igual montante cuja maturidade termina este ano.

A sociedade anónima desportiva (SAD) "azul e branca" vai emitir sete milhões de obrigações com um valor nominal de cinco euros, indica o prospeto. 

A oferta pública de subscrição arranca pelas 8:30 de 10 de maio e finda às 15:00 de 21 de maio, indica a emitente, que poderá optar por aumentar o montante global da emissão (35 milhões de euros) até 18 de maio.

As ordens de subscrição têm de ser de pelo menos 300 obrigações, pelo que o investimento mínimo é de 1.500 euros. As entidades colocadores da oferta são o ActivoBank, o Banco Best, o Banco Carregosa, o Banco Montepio, o CaixaBI, a CGD, o Haitong Bank e o Millennium bcp.

A SAD informa ainda que o encaixe líquido deverá ser o valor nominal global da oferta (35 milhões de euros) deduzido o valor das comissões de organização e coordenação global, de colocação e respetivos impostos que se estimam em 1.046.500 euros e os custos com consultores, auditores e publicidade, no montante agregado de aproximadamente 200.000 euros, e ainda os custos com a CMVM, a Interbolsa e a Euronext, que se estimam em cerca de 32.950 euros. Assim, nos cofres do Dragão entrarão, caso a oferta se fique pelos 35 milhões e seja totalmente subscrita, 33,72 milhões de euros.

No prospeto é indicado que o objetivo da oferta é proceder ao reembolso da emissão de 35 milhões cujo reembolso está agendado para 7 de junho, bem como ao reembolso do financiamento intercalar resultante da emissão de obrigações de titularização adicionais pela Sagasta Finance – STC, S.A. no montante de 35 milhões de euros, "a título de acréscimo do preço de compra e venda dos créditos decorrentes do contrato de cessão de direitos de transmissão televisiva" e "no seu remanescente, ao financiamento da atividade corrente da FC Porto SAD, bem como a consolidar o respetivo passivo da FC
Porto SAD num prazo mais alargado".

A SAD adverte que "se o resultado líquido desta operação, conjuntamente com os fundos financeiros que o emitente dispõe à data, não forem suficientes para liquidar o empréstimo "FC Porto SAD 2018-2021" e o financiamento intercalar, o emitente poderá ter de realizar, ainda durante o primeiro semestre de 2021, uma nova emissão obrigacionista através de uma oferta pública de subscrição".

Pandemia aumenta riscos

Na listagem de riscos que a SAD apresenta - que têm de constar dos prospetos de ofertas públicas de subscrição - a pandemia ocupa um lugar de destaque.

Assim, a SAD portista indica, por exemplo, que "a situação atual provocada pela pandemia, que se reflete atualmente nas sociedades desportivas principalmente pela ausência de público nos estádios a assistir aos jogos, está a ter um impacto económico negativo relevante, pela inexistência de receitas de bilheteira e Corporate Hospitality. Apesar da FC Porto SAD ter considerado, no seu orçamento para a época 2020/2021, receitas desta natureza em cerca de um terço do habitual, é neste momento claro que estas serão inexistentes para atingir os objetivos visados".

É também indicado que "a pandemia tem, ainda, potencial para diminuir os montantes recebidos em resultado de operações de venda de direitos desportivos de atletas, bem como o montante dos prémios relativos a competições da UEFA, o que poderá afetar significativamente a atividade do emitente, o seu desempenho e situação financeira".

Aumento de capital em estudo

Face à persistência de capitais próprios negativos, a SAD mostra-se confiante numa melhoria dos resultados, mas admite realizar um aumento do capital social.

"À presente data, o Conselho de Administração ainda não procedeu à convocação da assembleia geral nos termos do artigo 35.º do CSC, estando a ponderar a melhor forma de o fazer em cumprimento da legislação aplicável. O Conselho de Administração da FC Porto SAD considera que a melhoria dos resultados económicos e financeiros vai acontecer nos próximos exercícios, e assim dará cumprimento ao disposto no mesmo artigo", refere o prospeto.

Contudo, acrescenta, "adicionalmente, a FC Porto SAD está a estudar a possibilidade de realizar um aumento de capital".
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