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Lucros do Benfica crescem mais de sete vezes com vendas de Semedo e Mitroglou

A redução dos rendimentos da UEFA foi compensada por alienações de jogadores entre Julho e Dezembro. O capital próprio subiu com uma redução do passivo superior à do activo.

14º - Nélson Semedo, do Benfica para o Barcelona por 30,5 milhões de euros, em 2017.
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Diogo Cavaleiro diogocavaleiro@negocios.pt 28 de Fevereiro de 2018 às 18:09

Os lucros do Benfica – SAD ascenderam, nos primeiros seis meses da época 2017/2018, a 19,1 milhões. Um número mais de sete vezes superior aos 2,6 milhões alcançados um ano antes. Os rendimentos operacionais caíram, mas foram compensados pelo aumento das vendas de direitos de jogadores.

 

De acordo com os números divulgados à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), os rendimentos operacionais recuaram 6,9% para se cifrarem em 64,6 milhões de euros. Neste campo, a perda foi pressionada pela diminuição dos prémios da UEFA, que ficaram em 14,9 milhões, face aos 21,6 milhões um ano antes.

 

As receitas de televisão somaram 10% para 21,3 milhões, uma subida que não compensou a perda de receita da participação nas competições europeias. Este ano, o clube da Luz não saiu da fase de grupos, e no ano passado tinha transitado para os oitavos de final da Liga dos Campeões.

 

No campo as receitas, as operações com atletas avançaram de 18,9 milhões de euros, na primeira metade da época passada, para 45 milhões de euros, um ano depois, de acordo com a apresentação de resultados. O crescimento de 24% explica-se "essencialmente pelo crescimento dos rendimentos com transacções de direitos de atletas (Nélson Semedo, Mitroglou e Rui Fonte)".

 

Semedo foi vendido ao Barcelona por 30,5 milhões de euros. O grego Mitroglou rumou a Marselha por 15 milhões de euros, e com o compromisso de receber metade dos proveitos de uma venda futura. Rui Fonte foi do Braga para o Fulham, mas a SAD encarnada teve direito a receber metade dos 9 milhões da transacção.

 

Ao todo, os rendimentos (somando os proveitos operacionais e as receitas com operações de altetas) da SAD presidida por Luís Filipe Vieira subiram 16% de 88,3 milhões para 109,6 milhões.

 

Ao mesmo tempo, também os gastos operacionais agravaram-se 15,6% para 59, 3milhões de euros, nomeadamente com os encargos com pessoal (subiram 16% para 35,3 milhões). Aqui, a SAD explica a inclusão de compensações pela cessação contratual com Júlio Cesar. Já as amortizações e perdas de imparidades com atletas cederam 2,3% para 19,6 milhões. Ao todo, esta rubrica de gastos cresceu 10,6% para 78,9 milhões de euros.

 

O EBITDA (resultado antes de juros, impostos, apreciações e amortizações) cresceu 43% e fixou-se em 49,9 milhões de euros nos primeiros seis meses da época actual.

 

Activo cai mas cede menos que passivo

 

Em relação ao balanço, o activo da SAD das águias cedeu 6,5% para 473 milhões de euros em relação ao final da época passada. Foi a rubrica de activos intangíveis que mais perdeu, uma "diminuição justificada pelas alienações realizadas e pelo menor investimento em aquisições de jogadores face ao forte investimento realizado no exercício anterior".

 

Por sua vez, o passivo recuou 12,1% para 385,4 milhões de euros. A "diminuição da rubrica de fornecedores e outros credores" foi a grande ajuda. Também a dívida bancária caiu e ajudou a este desempenho. A SAD tem argumentado que a diminuição da dependência do sector bancário nacional é um dos caminhos a seguir.

Benfica optimista, PwC deixa ênfase

 

Em resultado, os capitais próprios passaram de 20,9 milhões, no final da época 2016/2017, para 87,6 milhões, em Dezembro. Cumpre-se, assim, diz o Benfica, o estipulado pelo artigo 35º do Código das Sociedades Comerciais que obriga a pensar em reduções ou injecções de capital quando o capital próprio é inferior a metade do capital social, que é de 115 milhões. 

Apesar desta consideração, a PwC, na certificação legal das contas, deixa uma ênfase: apesar do capital próprio de 87,6 milhões, o passivo corrente é superior ao activo corrente. 

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