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Futebol na China está a gerar uma "bolha"
Um jornal oficial chinês advertiu hoje para a "bolha" que se está a gerar na indústria do futebol no país, depois de os gastos terem superado este ano mil milhões de euros, e face às notícias de mais transferências milionárias.
O médio brasileiro Óscar, actualmente ao serviço dos ingleses do Chelsea, e o avançado argentino Carlos Tevez são os nomes mais recentes a serem associados a equipas chinesas.
O Diário do Povo, jornal oficial do Partido Comunista Chinês, apelou aos clubes para que controlem a sua "obsessão" com transferências milionárias, todas feitas depois de Pequim ter anunciado a sua ambição de converter a China numa potência do futebol.
Apesar de não existirem motivos para restringir o capital gasto na Superliga chinesa, os clubes devem ter disciplina e uma estratégia, para bem da sua estabilidade a longo prazo, refere o artigo.
O jornal estima que os clubes e empresas investiram oito mil milhões de yuan (cerca de 1,1 mil milhões de euros), em 2016, um valor que "excede em muito a valorização que trouxe ao campeoanto".
O aumento "explosivo" dos gastos no futebol é uma "bolha", devido ao fraco aumento com receitas de bilheteira e produtos de 'merchandising', argumenta.
No total, as 16 equipas que disputam a Superliga chinesa investiram este ano 400 milhões de euros na contratação de jogadores estrangeiros, quase três vezes o montante gasto em 2015.
Já as empresas chinesas gastaram centenas de milhões de euros com participações em clubes europeus, direitos de transmissão e patrocínios, encorajadas pelo sonho do Presidente chinês, Xi Jinping, de colocar a selecção chinesa entre as melhores do mundo.
Óscar deve ser apresentado em breve no Shanghai SIPG, que é treinado pelo português André Villas-Boas. Já o argentino Tevez, de 33 anos, e actualmente ao serviço do Boca Juniors, deve rumar a outro clube de Xangai, o Shanghai Shenhua.
Os antigos futebolistas do FC Porto Jackson Martínez, Hulk e Fredy Guarín, ou Ramires, que já alinhou pelo Benfica, são alguns dos nomes que rumaram à China desde Janeiro.
Em Novembro passado, a firma Suning, que detém 70% do clube italiano Inter Milão, comprou os direitos de transmissão da primeira liga inglesa para a China, por um período de três anos, por 620 milhões de euros.
Em Portugal, a segunda divisão portuguesa é desde o ano passado particionada pela Ledman, firma com sede em Shenzhen, no sul do país.