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Candidato ao Benfica tem Rádio Estádio em PER com dívidas ao Estado e a jornalistas
Bruno Costa Carvalho é presidente e acionista da tecnicamente falida empresa detentora da emissora desportiva, que aderiu ao Processo Especial de Revitalização com dívidas de 2,5 milhões de euros a 60 credores, incluindo o Fisco, a Segurança Social e 15 trabalhadores.
A 6 de março passado, Bruno Costa Carvalho anunciava aos 12 jornalistas e demais colaboradores da Rádio Estádio que este projeto, que tinha sido fundado apenas 10 meses antes, chegava ao fim por dificuldades financeiras, após um investimento de quase três milhões de euros.
Nessa altura, a emissora acumulava já dois meses de salários em atraso, mais os subsídios de férias e de Natal, aos seus 15 trabalhadores, com alguns colaboradores a reclamarem também a falta de pagamento dos seus serviços.
Bruno de Carvalho, ex-presidente do Sporting, Paulo Catarro, ex-jornalista da RTP, ou Gabriel Alves, antiga glória da rádio portuguesa, eram três dos comentadores que colaboravam com esta emissora.
A emitir em 89.0 FM (Porto) e em 96.2 FM (Lisboa), e no endereço de internet www.radioestadio.pt, a Rádio Estádio entrou então em piloto automático. A última notícia publicada no site da rádio é precisamente de 6 de março e dá conta que Bruno Fernandes foi nomeado para Jogador do Mês de Fevereiro na Premier League.
E nunca mais se ouviu falar da Rádio Estádio.
Entretanto, sabe o Negócios, a Rdd – Rádio Desporto, S.A., empresa detentora da Rádio Estádio, entrou em Processo Especial de Revitalização (PER), com dívidas que ultrapassam os 2,5 milhões de euros.
De entre os seus 60 credores, constam entidades estatais, como o Fisco, a Segurança Social e a Agência para o Desenvolvimento e Coesão, que têm a haver mais de 81 mil euros.
Relativamente à dívida aos trabalhadores, o grande destaque vai para Fernando Tavares, que era o diretor da Rádio Estádio, com créditos reconhecidos que totalizam 49 mil euros.
De entre os demais credores, registe-se, por exemplo, que a Rdd ficou a dever quatro mil euros à UEFA, quase seis mil à agência noticiosa Lusa e 3.190 euros a Gabriel Alves.
O próprio Bruno Costa Carvalho, presidente da empresa e um dos seus acionistas de referência, surge na lista de credores a reclamar mais de 25 mil euros.
Empresário também ligado à fundação da NTV e do Porto Canal, Bruno Costa Carvalho anunciou esta terça-feira, 26 de maio, que vai voltar a candidatar-se à presidência do Benfica, 11 anos depois de ter perdido a disputa eleitoral para o atual presidente do clube, Luís Filipe Vieira.
Em comunicado, o derrotado nas eleições presidenciais das "águias" de 2009 e candidato desistente nas de 2016 ataca a alegada visão da comunicação social sobre a situação financeira do Benfica.
"Vi a propaganda sem fim face ao um milagre financeiro inexistente, mas propalado vezes sem fim por uma comunicação social acrítica e mal preparada para entender o que está mesmo diante dos seus olhos", acusa o empresário de comunicação social.
"Dirijo-me à comunicação social, dizendo que, por enquanto, não estou disponível para entrevistas nem para comentários. Espero de todos um trabalho isento e rigoroso, coisa que não aconteceu no passado", garante.