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Ana Gomes pede à PGR para investigar negócio do Benfica no Paraguai
A eurodeputada socialista questiona "indícios sobre a possível prática de crimes de branqueamento de capitais" relativos à contratação de Francisco Vera aos Club Rubio Ñu.
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Ana Gomes escreveu uma carta à Procuradoria-Geral da República e à Polícia Judiciária (PJ) em que apela a estes dois organismos para que "procedam às diligências necessárias para averiguar o caso" relacionado com a transferência do jogador paraguaio Francisco Vera para o Sport Lisboa e Benfica.
Nesta missiva, com data de 7 de Setembro e endereçada à Procuradora Joana Marques Vidal e a Mariana Raimundo, directora da Unidade de Informação Financeira da PJ, a eurodeputada do PS alude a notícias recentes que "reportam indícios sobre a possível prática de crimes de branqueamento de capitais" num negócio entre a SAD do clube português, liderada por Luís Filipe Vieira (na foto), e os sul-americanos do Club Rubio Ñu.
Em causa estão acusações de lavagem de dinheiro e evasão fiscal, denunciadas no final de Agosto pelo diário "Hoy", do Paraguai, relacionadas com a contratação de Vera de 2015. Segundo o contrato, válido por cinco anos, revelado pelo site "Football Leaks", o SAD encarnada pagaria um total de 2,8 milhões de euros em várias tranches. Apesar de já dever ter recebido mais de metade desse montante, o clube, que tem como dirigente o antigo jogador benfiquista Carlos Gamarra, nada declarou ao Fisco.
O avançado Francisco Vera, 22 anos, nunca jogou pela equipa principal do Benfica. Na época passada, alinhou em 17 jogos da equipa B e marcou apenas um golo, estando actualmente emprestado aos uruguaios do Centro Atlético Fénix. Contactada pelo Correio da Manhã no início de Setembro, fonte do Benfica negou qualquer irregularidade neste negócio e garantiu que a dívida aos paraguaios já está totalmente saldada.
Esta não é a primeira vez que a destacada dirigente socialista questiona notícias relacionadas com o futebol português. Em Maio de 2015, na sequência de informações sobre um possível patrocínio da agência estatal de promoção do turismo da Guiné Equatorial ao Sporting Clube de Portugal, por uma verba de 1,9 milhões de euros, também solicitou esclarecimentos numa carta enviada à Comissão de Mercados e Valores Mobiliários (CMVM).