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Renda de 500 euros paga pelo Braga põe Mesquita Machado sob investigação

A Câmara de Braga assinou um contrato com o principal clube da cidade em que permite que este utilize o estádio municipal construído para o Euro 2004 contra o pagamento de 500 euros mensais. A polícia investiga eventual favorecimento, de acordo com o JN.

Eduardo Martins/Correio da Manhã
03 de Julho de 2017 às 11:38
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O Sporting de Braga pagava 500 euros por mês à Câmara bracarense para utilizar o estádio municipal, localizado em Dume, que foi construído para o Euro 2004. Mas este valor estava muito longe de cobrir os gastos da autarquia com, por exemplo, electricidade. Este contrato estará a ser investigado pelo Ministério Público e pela Polícia Judiciária, uma vez que pode traduzir um eventual favorecimento com prejuízo do erário público, escreve esta manhã o Jornal de Notícias. Na altura, Mesquita Machado era o presidente da Câmara bracarense.

 

De acordo com o diário, esta verba de 500 euros paga pelo Sporting de Braga rendia à câmara seis mil euros anuais, bem longe dos 100 mil euros que o município tinha de pagar relativos às despesas de electricidade e de manutenção do equipamento. Entre 2004 e 2013, a autarquia recebeu 54 mil euros do clube liderado por António Salvador, e gastou cerca de 900 mil euros em despesas. A diferença é de praticamente 850 mil euros – ou seja, a câmara pagou 94% dos gastos do estádio neste período.

 

A situação foi alterada em 2013, com a chegada ao município do actual presidente da câmara Ricardo Rio, que pediu uma auditoria cujo relatório foi enviado para a Procuradoria-Geral da República, que extraiu certidões para inquéritos, alguns ainda em curso, prossegue o JN. Nessa altura, o contrato foi revisto e o Sporting de Braga passou a pagar a sua própria electricidade, ficando a luz dos espaços circundantes a cargo do município.

 

Em investigação está também o prolongamento do túnel da Avenida da Liberdade, em 2013, ainda com Mesquita Machado à frente dos destinos do município. Foi o vereador do PS, Hugo Pires, que se queixou às autoridades de que Ricardo Rio teria pago 700 mil euros relativos a obras a mais que foram reclamadas pela empresa Britalar (de António Salvador). A construtora pedia 1,1 milhões, mas após pareceres de técnicos municipais, concordaram com aquele montante para evitar recorrer à justiça.

 

Mesquita Machado foi ocupando diversos cargos no Sporting de Braga. Em 2013, era presidente do Conselho Geral do clube. Actualmente está fora da estrutura dos arsenalistas.

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