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Empresa chinesa estuda compra de 30% da Mota-Engil

A CCCC pretende comprar uma posição minoritária na construtora portuguesa para alargar a sua presença internacional. António Mota diz que não teve qualquer contacto com a empresa estatal chinesa.

18 de Dezembro de 2019 às 13:16
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A China Communications Construction Co (CCCC), uma empresa chinesa de capital público, está a estudar a compra de uma posição minoritária na Mota-Engil, noticiou a Bloomberg citando pessoas familiares do assunto.

 

Segundo a agência de notícias, a CCCC já encetou conversações com assessores para concretizar esta compra, embora estas estejam ainda numa fase inicial. O objetivo, de acordo com a mesma fonte, passa por alargar a presença internacional da estatal chinesa.

 

A Bloomberg dá conta que não é ainda certo que a empresa chinesa avance com uma oferta formal para comprar esta posição de 30% e que até podem surgir outros interessados nessa participação. A preços de mercado, uma posição de 30% da Mota-Engil está avaliada em cerca de 130 milhões de euros.

 

A notícia não refere a quem a CCCC poderá comprar estes 30%. A Mota-Engil é controlada em 64,68% pela família Mota-Engil e, em declarações à Bloomberg, António Mota (chairman da construtora portuguesa) diz que não teve qualquer contacto com a empresa estatal chinesa. Os restantes 35% estão disponíveis em bolsa, sendo que existem duas participações qualificadas: a Mutima Capital com 3,18% e o Norges Banks com 2,65%.

 

Fonte oficial da construtora portuguesa recusou comentar a notícia, afirmando que este é um assunto que diz respeito aos acionistas. A Bloomberg não conseguiu obter uma reação oficial da CCCC.

 

As ações da Mota-Engil acumulam um ganho de 12% este ano, o que dá à empresa uma capitalização bolsista de 429 milhões de euros. Esta quarta-feira as ações da Mota-Engil ainda não reagem a esta notícia, seguindo com um ganho modesto de 0,38% para 1,84 euros.

 

A CCCC, apesar de ter capitais públicos chineses, está cotada na bolsa de Hong Kong. Está presente nas mais diversas áreas do setor da construção, como estradas, portos e dragagens.

 

A empresa tem um valor de mercado de 146,8 mil milhões de dólares de Hong Kong (16,9 mil milhões de euros) e este ano acumula uma desvalorização em bolsa de 15,4%. O valor de mercado da CCCC é quase 40 vezes superior ao da Mota-Engil.

 

São já várias as empresas portuguesas de relevo que têm acionistas chineses com posições consideráveis, ou mesmo de controlo. É o caso da EDP, BCP, REN, Fidelidade e Luz Saúde.

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