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Documentos revelam envolvimento de autoridades mexicanas no caso Odebrecht

O atual Presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, prometeu investigar os subornos da construtora brasileira Odebrecht, que totalizaram mais de 20 milhões de dólares nos governos de Vicente Fox (2000-2006), Felipe Calderón (2006-2012) e Enrique Peña Nieto (2012-2018) .

Odebrecht “diversifica” bancos
24 de Janeiro de 2022 às 23:53
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A Associação Mexicana contra a Corrupção e a Impunidade (MCCI, na sigla espanhola) revelou hoje documentos oficiais que envolvem atuais funcionários do Governo no escândalo de suborno da construtora brasileira Odebrecht, que afetou administrações anteriores.

De acordo com a agência EFE, a MCCI teve acesso aos documentos da Procuradoria-Geral da República (FGR, na sigla espanhola) sobre o escândalo da Odebrecht, que incluem o atual chefe de gabinete do Presidente López Obrador, Lázaro Cárdenas Batel, e o responsável pela construção da nova refinaria Dos Bocas da Petróleos Mexicanos (Pemex), Leonardo Cornejo Serrano.

A FGR publicou os documentos com informação classificada censurada, após uma ordem do Instituto Nacional de Transparência (INAI), mas a MCCI deu hoje conta, num relatório, de ter obtido a documentação com a informação completa.

"Entre a informação censurada, há documentos que envolvem atuais funcionários federais, como é o caso de Leonardo Cornejo Serrano, executivo da refinaria Dos Bocas, que no último semestre interveio na atribuição de uma obra, em Tula, para a Odebrecht", indicou a associação.

Adicionalmente, a MCCI mencionou "informações referentes a uma obra que a Odebrecht executou em Michoacán, quando Lázaro Cárdenas Batel, atual assessor-chefe do Presidente, era governador daquele Estado".

O atual Presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, prometeu investigar os subornos da Odebrecht, que totalizaram mais de 20 milhões de dólares (perto de 18 milhões de euros) nos governos de Vicente Fox (2000-2006), Felipe Calderón (2006-2012) e Enrique Peña Nieto (2012-2018) .

O principal implicado, o ex-diretor da Pemex, Emilio Lozoya (2012-2016), está em prisão preventiva desde novembro, por, alegadamente, ter recebido 10,5 milhões de dólares (mais de nove milhões de euros) da Odebrecht, durante a campanha e a presidência de Peña Nieto.

López Obrador afirmou que aqueles subornos estão por trás da reforma energética que abriu o setor ao investimento privado em 2013, pela qual o ex-senador Jorge Luis Lavalle, do opositor Partido Ação Nacional (PAN), está também em prisão preventiva.

O dossiê publicado hoje envolve ainda funcionários que estão no atual Governo.

A MCCI revelou uma carta enviada por Cornejo Serrano, que também é vice-diretor de projetos industriais da Pemex, "na qual convida o diretor da Odebrecht, Luis Weyll, a apresentar um orçamento para o projeto de Tula (refinaria) que foi negociado com suborno".

A FGR, liderada por Alejandro Gertz Manero, próximo a López Obrador, tinha omitido o nome de Cornejo Serrano.

A Procuradoria-Geral também censurou "os documentos da Odebrecht sobre uma obra que realizou em Michoacán, quando aquele Estado era governado por Lázaro Cárdenas Batel", apontou a MCCI.

A associação defendeu que a FGR "escondeu a informação relevante que permite conhecer os envolvidos nesta trama de corrupção".
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