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Jerónimo Martins arrisca coima de 10% da faturação em novo processo na Polónia

A empresa está a ser investigada por alegadas irregularidades na apresentação dos preços dos produtos: há casos em que não há indicação de preços e outros em que o valor exibido diverge do valor efetivamente cobrado.

biedronka jeronimo martins
18 de Outubro de 2019 às 11:45
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A Jerónimo Martins Polska está novamente sob o radar da concorrência polaca, desta vez numa investigação sobre irregularidades na apresentação dos preços dos produtos nas lojas Biedronka e divergências entre os preços exibidos nas prateleiras e os valores cobrados pelos mesmos nas caixas.

No seu site, a Autoridade da Concorrência e da Proteção ao Consumidor informa que "instaurou um processo contra a empresa Jeronimo Martins Polska" com base em alegações que "dizem respeito à visibilidade de preços mais baixos ao lado do produto, seguidos pela cobrança de um preço mais alto na caixa das cadeias de lojas Biedronka".

O regulador adianta que entre 1 de janeiro e 30 de setembro deste ano, a Inspeção do Comércio recebeu cerca de 230 queixas sobre falhas na apresentação dos preços nas lojas Biedronka, uma situação que foi confirmada pelos inspetores. "Por exemplo, este ano, em nove meses, descobriram que em 123 casos, nas lojas Biedronka não havia indicação de preço, e em 25 casos havia diferenças entre o valor visível no produto ou prateleira e o valor codificado na caixa".

O comunicado da concorrência apresenta até alguns exemplos de irregularidades encontradas nas lojas da Biedronka: uma embalagem de ketchup custaria, supostamente, 2,79 zlótis após um desconto, mas nas caixas estava registado ao preço normal de 3,49 zlótis; um quilo de tomates está anunciado no expositor a 1,85 zlótis, mas o preço cobrado é de 3,99 zlótis.

"Tivemos muitos sinais de todo o país sobre as irregularidades na apresentação de preços nas cadeias de lojas Biedronka. Foram relatados tantos pelos consumidores como pelos inspetores da Inspeção do Comércio. Não podem acontecer situações em que o cliente vê um preço atrativo no produto e, depois de ver o recibo, constata que pagou mais. Esta pode ser uma prática de mercado injusta", afirma Marek Niechcial, presidente do UOKiK, citado no comunicado.

Fonte oficial da Jerónimo Martins refere que a empresa está a analisar "de forma cabal" a carta do regulador, lembrando que, dada a escala de operações da Biedronka – com mais de 2.900 lojas – "há sempre a possibilidade de, por erro humano, faltarem alguns preços ou estarem mal colocados".

"Temos uma preocupação grande com o rigor dos preços na gestão das operações e, ao mesmo tempo, asseguramos que os procedimentos da Biedronka estão definidos de acordo com a legislação, que determina que, em caso de diferença entre o preço na prateleira e o preço na caixa de check-out, os clientes têm sempre o direito de comprar o produto pelo preço mais baixo ou de serem reembolsados da diferença", acrescenta a Jerónimo Martins.


Coima pode chegar a 10% da faturação

O regulador informa que se as alegações forem confirmadas, a Jerónimo Martins pode ter de pagar uma penalização de até 10% da faturação no mercado polaco, e lembra que este não é o único processo em que a empresa é visada. A 25 de setembro, o regulador lançou uma primeira investigação à Jerónimo Martins na Polónia relacionada com suspeitas de práticas comerciais injustas com os fornecedores de frutas e vegetais.

O comunicado termina com um apelo aos consumidores para que, confrontados com situações de irregularidades nas lojas Biedronka, documentem o caso com fotografias que devem enviar para o email disponibilizado. Essas evidências serão utilizadas no processo.

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