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Poupança com isenção de IVA impulsiona compras fora do cabaz de produtos essenciais

Estudo da Kantar Portugal, analisado pela Centromarca, mostra que folga dada pelo IVA pôs consumidores a comprar mais itens fora do cabaz essencial. Cervejas, marisco e pastelaria figuram entre as categorias de produtos que mais cresceram no segundo trimestre.

Cerveja foi um dos produtos que mais "beneficiou" com compras fora do cabaz de produtos essenciais no segundo trimestre. Bloomberg
14 de Agosto de 2023 às 12:02
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A política de isenção de IVA pode estar a ajudar não só a reverter a tendência dos portugueses de irem mais vezes às compras adquirindo menos de cada vez, como a dar mais folga para gastos fora do cabaz de produtos essenciais, revelam dados do "Shopper Insights" da Kantar Portugal, analisados pela Centromarca.

De acordo com o estudo, no segundo trimestre, que "apanhou" a entrada em vigor da política de isenção de IVA para um cabaz de 46 produtos alimentares essenciais, o volume por ato de compra dos portugueses cresceu 4,1%, e a frequência de ida aos supermercados diminuiu 1,4% face ao trimestre anterior.

Em paralelo, à luz dos mesmos dados, ao poupar no cabaz essencial, os consumidores mostraram mais disponibilidade para comprar produtos fora da cobertura da medida, com o volume por ato de compra a registar um aumento de 6% e o gasto um crescimento na ordem dos 3%. As categorias que mais cresceram foram as dos produtos de limpeza para a casa, as cervejas, o marisco e a pastelaria.

Já no cabaz do IVA zero, o volume de cada ato de compra aumentou apenas 1%, assinala a Associação Portuguesa de Empresas de Produtos de Marca, num comunicado enviado, esta segunda-feira, às redações.

A Centromarca, que reúne mais de 60 associados, que detêm mais de 1.000 marcas, realça ainda que medida, em vigor desde 18 de abril, também terá dado impulso às marcas de fabricante que, dentro do cabaz de isenção do IVA, registaram um aumento de quota de mercado de 2,5 pontos percentuais em relação às marcas de distribuidor.

Categorias como o leite UHT e bebidas vegetais, o arroz, o óleo ou o atum em lata foram aquelas em que as marcas de fabricante mais beneficiaram, especifica a organização, para quem a redução da diferença de preço levou alguns consumidores a regressarem às marcas da sua preferência quando, nos últimos períodos, tinham optado por escolher as chamadas marcas brancas.

"Os dados provam que, quando o preço deixa de ser um fator tão relevante, os portugueses não hesitam e optam pelas marcas de que mais gostam", comenta o diretor-geral da Centromarca, Pedro Pimentel, apontando que "para estas marcas, é cada vez mais importante apostarem na sua força e reconhecimento, para serem 'top of mind' neste momento de escolha".

Os dados da Kantar destacam ainda um aumento no consumo em Portugal - tanto em casa como fora. Do total de gastos dos portugueses com alimentação e bebidas, 68% destinou-se ao consumo dentro de portas. Para comerem fora, os consumidores apostam agora em ocasiões de consumo menos dispendiosas, como pequenos-almoços, almoços e lanches e não tanto, por exemplo, em jantares, detalha ainda a Centromarca, dando conta de que mais de metade dos inquiridos (58%) admite ter alterado os seus hábitos tendo em linha de conta o contexto de inflação e o aumento geral dos preços.

Os dados de compra são baseados no Painel de Lares da Kantar, uma amostra de 4.000 lares participantes, representativos de Portugal Continental, dispersos em mais de 1.000 pontos de sondagem, que declararam as suas compras no período em análise de 24 primeiras semanas, compreendidas entre 2 de janeiro e 18 de junho. Os resultados apresentados têm um nível de confiança de 95%, com erro amostral associado de 1,96%, segundo a ficha técnica do estudo.
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