Notícia
Portugal segura uma zona no top 30 das rendas mais caras do mundo
O Chiado é a zona do país com o metro quadrado mais caro, tendo descido um degrau a nível mundial, ocupando agora a 29.ª posição do ranking Main Streets Across the World, publicado pela Cushman & Wakefield, que continua a ser liderado pela 5.ª Avenida, em Nova Iorque.
É provavelmente a mais conhecida e apetecida pelas marcas de luxo, pelo que não admira que mantenha a liderança do ranking das localizações de comércio de rua mais caras do mundo.
Com um preço por metro quadrado de 20.384 euros, 14% acima dos valores pré-pandemia, a 5ª Avenida, no coração de Manhattan, em Nova Iorque, continua a encabeçar a recente edição do estudo Main Streets Across the World, publicado anualmente pela consultora imobiliária Cushman & Wakefield .
A 33.ª edição do relatório revela que as rendas de mercado na Via Montenapoleone, em Milão, cresceram 20% no último ano, atingindo os 18 mil euros o metro quadrado, destronando do segundo lugar Tsim Sha Tsui, em Hong Kong, que fecha agora o pódio com a renda nos 15.219 euros, mais 4% do que no ano passado mas menos 39% em relação a 2019.
"Em Portugal, a localização mais cara é o Chiado, em Lisboa, que se manteve no top 30, apesar de ter descido uma posição no ranking face a 2022, ocupando agora o 29.º lugar a nível mundial", revela a Cushman & Wakefield, em comunicado.
Segundo a mesma responsável pelo estudo, a renda "prime" na zona do Chiado aumentou, no último ano, 2% para os 1.500 euros o metro quadrado, ainda assim 4% abaixo dos valores pré-pandemia.
"Ao longo dos últimos dois ano, o Chiado tem registado um elevado volume de novas aberturas, num total de mais de 5.700 metros quadrados de área útil em perto de 40 novas aberturas", realça a consultora imobiliária, referindo que "mais de 60% desta área corresponde ao setor da restauração, seguido da moda com 20%".
"A escassez de oferta em localizações de retalho ‘super prime’ tem resultado em tensão competitiva quando surgem oportunidades raras, o que se reflete nos valores de arrendamento. Mesmo com preocupações sobre a redução dos gastos discricionários dos consumidores, os retalhistas têm garantido ou melhorado as suas lojas ‘flagship’ (modelo) nos principais mercados", afirma Rob Travers, head of EMEA retail da Cushman & Wakefield.
Para este responsável, "Estas lojas são uma parte fundamental da equação de retalho de uma marca. São a incorporação física da marca, algo que é muito difícil de criar num ambiente online. Muitas vezes, isso é reforçado com produtos exclusivos disponíveis apenas para compra na loja, canalizando os clientes para experiências de retalho no mundo real", explica.
De resto, sinaliza a Cushman & Wakefield, "à medida que o mundo continua a recuperar dos impactos da pandemia global, os principais destinos de retalho também continuaram a sua retoma, registando maioritariamente um aumento dos valores de arrendamento ao longo do último ano".
Neste contexto, conclui, "as rendas dos principais destinos de retalho global aumentaram, em média, 4,8% (em termos de moeda local) no último ano", com o crescimento mais robusto a ser registado "na região da Ásia-Pacífico, com uma média de 5,3%, seguindo-se as Américas com 5,2% e a Europa com 4,2%".