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Mercadona responde a Soares dos Santos: “Viemos para ficar”
O grupo espanhol de supermercados, com entrada marcada no grande Porto em 2019, quer contratar portugueses e trabalhar com fornecedores locais. Ainda este ano, podem anunciar mais 200 novos postos de trabalho.
É com uma certeza que a espanhola Mercadona responde às dúvidas da futura concorrente portuguesa Jerónimo Martins. "Viemos para Portugal para ficar", assegurou esta quarta-feira, 1 de Março, Elena Aldana, directora de relações externas da cadeia de supermercados, que tem entrada marcada no grande Porto em 2019.
A reacção do grupo espanhol surge depois de Pedro Soares dos Santos, presidente do grupo que detém as lojas Pingo Doce, ter expressado dúvidas sobre a entrada da Mercadona no país dizendo que "é ver para crer, como São Tomé".
"Já contratámos pessoas, temos uma parcela assinada em Gaia e escritórios no Porto. Nós já estamos em Portugal", acrescentou Elena Aldana.
O grupo espanhol, sediado em Valência, anunciou em Junho do ano passado que iria investir 25 milhões de euros para entrar em território luso, com a abertura de quatro lojas no Grande Porto em 2019. Uma delas será na freguesia de Canidelo, Vila Nova de Gaia, sendo que as restantes ainda não têm a sua localização definida. A empresa admite que tem estudado "muitas opções" nas zonas do Porto, Matosinhos, Gondomar, Maia e Valongo.
Para a primeira fase de expansão para Portugal, já estão preenchidas cerca de 100 das 150 vagas de emprego para cargos de direcção intermédia, anunciadas em 2016. No entanto, a empresa garante que "vai continuar a contratar".
"Podemos anunciar mais 200 novas candidaturas ainda este ano", admite a responsável, referindo-se aos funcionários que ficarão adjudicados às lojas. Em média, a Mercadona terá 40 trabalhadores em cada superfície comercial.
Mercadona "vai ser portuguesa" e privilegiar fornecedores locais
Em Portugal, a cadeia espanhola quer trabalhar com fornecedores locais, maximizando o mais possível as compras aos produtores portugueses.
"A Mercadona em Portugal vai ser portuguesa. Vamos trabalhar com fornecedores portugueses, contratar portugueses e pagar impostos em Portugal", refere a directora de relações externas do grupo espanhol. "É um país onde vale a pena investir. Estamos a apostar muito forte".
Em 2016, o grupo comprou 52 milhões de euros a fornecedores portugueses - entre os quais produtores de frescos, como peixe, tomate e pêra rocha, a Imperial e a Dan Cake - para as suas lojas em Espanha.
"Ainda estamos a estudar a gama de produtos que vamos ter no país. A nossa ideia é conhecer o sector primário. Mas queremos maximizar o mais possível as compras a produtores portugueses", adianta a responsável, na véspera da apresentação dos resultados da empresa, em Espanha, onde tem actualmente 1.614 lojas e 79 mil trabalhadores.