As compras dos portugueses através da internet durante a semana da Black Friday, que este ano calha a 29 de novembro, devem traduzir-se num volume de negócios entre 130 a 140 milhões de euros, com a maioria a planear gastar mais, embora a percentagem de "indecisos" seja mais alta, e a mostrar também novas preferências em termos de categorias, embora a moda permaneça como a mais procurada.

Segundo o estudo anual levado a cabo pela startup internacional dedicada às promoções da Black Friday e da Cyber Monday em Portugal - blackfriday.pt - há um "panorama de compras menos ponderado entre os consumidores portugueses", já que 74% planeia gastar, em média, 311 euros durante a semana que marca a abertura da temporada de promoções que tem o "pico" no Natal, o que traduz um aumento de 7% face à intenção de compra do ano passado (290 euros).

O valor pode, no entanto, ser superior, considerando que 38% dos potenciais compradores referem que pretendem gastar entre 301 e 1.000 euros ou mais e que 25% planeiam gastar entre 101 a 300 euros, refere a startup, num comunicado enviado, esta quarta-feira, às redações. Em sentido contrário, para 17% dos consumidores o montante previsto para compras online no arranque da temporada mais alta do comércio ficará abaixo da média, com um máximo de 100 euros. Em contrapartida, 24% ainda não decidiram quanto vão gastar, "um número significativamente mais alto face aos 11% que estavam indecisos no ano passado", assinala.

Viagens "voam" para o top 5

Em termos de categorias, a moda (58%), que inclui vestuário, calçado e acessórios, continua a ser a categoria mais procurada, registando um aumento significativo em comparação com 2023, quando representava apenas 42% das intenções de compra. Seguem-se os eletrodomésticos (37%), os "smartphones" (28%), os produtos de beleza, cosméticos e perfumaria, (24%) e, como nota a startup, "surpreendentemente" as viagens (23%) surgem pela primeira vez no top 5 das categorias mais desejadas.

"Em tempos de menor poder de compra, as pessoas aproveitam a Black Friday para fazer as compras mais importantes em termos de produtos e categorias, como por exemplo, os eletrodomésticos, razão pela qual o cabaz médio aumenta tanto e as compras são mais planeadas", indica o CEO da blackfriday.pt, Jérôme Amoudruz, citado na mesma nota, indicando que "os eletrodomésticos registaram um aumento considerável na procura face ao ano passado, o que pode explicar parte do crescimento do valor médio gasto, uma vez que tendem a ser mais caros", 

À luz dos dados extraídos pela blackfriday.pt, uma startup internacional com sede na Suíça e escritório em Portugal (Aveiro), a partir de um inquérito com uma amostra de 428 portugueses, com idades compreendidas entre os 18 e 74 anos, realizado entre 07 de outubro e 12 de outubro, a grande maioria pretende aproveitar as promoções da época (74%), embora um terço tenha reportado que inicia as pesquisas por ofertas um mês antes do evento propriamente dito.

No que toca aos canais de compra, a startup indica que mais de metade dos consumidores portugueses afirmou que planeia fazer compras tanto online como offline (52%), ao passo que 33% manifestou preferência pela internet e 14% pelas lojas físicas. "Apesar de a maioria dos inquiridos demonstrar interesse por ambos os formatos, foi possível verificar um aumento pelo online e, em contrapartida, uma diminuição pelo presencial", comenta o mesmo responsável.

Não obstante "opiniões contraditórias" por parte de consumidores relativamente à Black Friday e à Cyber Monday, a maioria (78%) mantém uma visão positiva, o que representa um aumento de 6% em comparação com 2023, sendo a principal razão - mencionada por 70% dos consumidores - "a perceção de que a Black Friday lhes permite poupar dinheiro".