Notícia
Jerónimo Martins muda liderança da Biedronka na Polónia
Pedro Silva, que já fora presidente executivo da companhia de retalho polaca até 2010, volta a liderar a Biedronka. Tomasz Suchanski vai para administração da Jerónimo Martins.
- 3
- ...
O grupo Jerónimo Martins alterou a liderança da sua operação na Polónia, com consequências na sua própria admnistração, avançou o analista Filipe Rosa, num "research" do BESI, citando uma notícia de um "site" local, o portalspozywczy.pl.
Pedro Pereira da Silva, gestor que está no grupo Jerónimo Martins desde 1990 – e focado no desenvolvimento da Biedronka desde 2000 – vai passar a acumular funções. Ao cargo de COO – Chief Operations Officer do grupo português, e de membro da direcção executiva da JM, Pedro Pereira da Silva vai passara a liderar a Jerónimo Martins Polska SA (antiga Jerónimo Martins Dystrybucja), empresa que detém e gere as cadeias Biedronka (retalho alimentar) e Hebe (para-farmácias) no mercado polaco. Será presidente executivo da empresa polaca (ou CEO – Chief Executive Officer).
Tomas Suchanski, actual CEO da Jerónimo Martins Polska, passará a exercer as funções de vice-admnistrador financeiro ("deputy CFO") da "holding" Jerónimo Martins, adiantam a mesmas fontes.
Mudança "neutral"
O analista Filipe Rosa vê esta mudança como "neutral" para a JM, recordando que Pedro Pereira da Silva foi CEO da Biedronka entre 2000 e 2010, e que mesmo durante o exercício de funções de COO da JM "esteve sempre sediado na Polónia", onde se manteve responsável pelas operações da "holding" naquele país. Sublinha ainda a reputação "muito boa" que o gestor tem "entre os investidores" pela sua liderança durante aquela década, em que a companhia polaca passou de um negócio minoritário para motor da JM – e hoje a valer 67% das vendas consolidadas da "holding".
Por isso, o analista do BESI escreve que "esta mudança de gestão não deverá ter nenhum impacto de maior na estratégia da companhia, que agora está muito focada em adaptar a sua oferta comercial a novos desafios associados à crescente ‘urbanização’ do conceito" da cadeia de retalho alimentar no mercado polaco.
Contactada sobre a mudança na gestão da operação na Polónia, fonte oficial da JM respondeu ao Negócios, por escrito: "As alterações ao nível do ‘top management’ do grupo, em qualquer circunstância, são sempre baseadas numa estratégia e numa visão para o longo prazo e definidas em função das necessidades e circunstâncias das empresas".
A JM consolidou vendas de 2.912 milhões de euros entre Janeiro e Março deste ano (mais 5,1% do que em igual período do ano passado), das quais 1.953 milhões de euros (equivalente a 67% do total do grupo) realizadas através das 2.405 lojas da Biedronka na Polónia (mais 5,9% em euros, ou um crescimento de 6,6 em zloty).
No comunicado ao mercado sobre as contas do primeiro trimestre de 2014, a JM assumiu que "o sector do retalho alimentar na Polónia manteve-se altamente competitivo" e que "embora o LFL [em inglês "like for like", ou parque de lojas a perímetro comparável, sem contar com aberturas e encerramentos] do número de visitas tenha aumentado no período em cerca de 1,5%, as vendas LFL da Biedronka contraíram 2,7%, impactadas por uma Páscoa tardia".
Reafirmou contudo a intenção de manter o ritmo de investimento no mercado polaco, onde até ao final do ano prevê abrir "cerca de 300 novas lojas Biedronka".