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Empresas continuam à espera de mercadorias transportadas no Ever Given

O navio que encalhou no Canal do Suez foi confiscado pelas autoridades egípcias até que se resolva a disputa legal. Afastadas das negociações, as empresas acreditam que pode demorar "anos" até que recebam compensações, e podem mesmo ser obrigadas a pagar parte dos custos.

LUSA/EPA
15 de Junho de 2021 às 15:24
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Apesar de já não estar encalhado, o barco de origem japonesa que entupiu o canal do Suez, o Ever Given, continua a causar problemas a empresas como o IKEA ou a Lenovo. O navio foi confiscado pelas autoridades egípcias e os produtos que transportava, avaliados entre 600 a 700 milhões de dólares, continuam por chegar ao destino.

O Ever Given foi confiscado pelas autoridades egípcias que impuseram uma compensação de 916 milhões de dólares à Shoei Kisen Kaisha, a dona do cargueiro, pelos danos e perdas causadas aquando do encalhamento. Continua, entretanto, no Egipto, fundeado no Grande Lago Amargo, como é conhecido, ao largo do Canal do Suez até que a batalha legal termine.

Estas negociações estão a ser conduzidas pelo Governo egípcio com a dona do cargueiro, sem o envolvimento das empresas que ficaram prejudicadas. 

Ao todo, eram transportados 18.300 contentores de carga que nunca chegaram ao seu destino e o dono de uma empresa com produtos presos no navio, ouvido pela CNN, acredita que se vejam poucos desenvolvimentos "nos próximos meses, senão anos".

Ao órgão americano várias empresas confessaram estarem a ser afastadas das negociações sem poder sequer solicitar a libertação das mercadorias que adquiriram, e não esperam receber uma proporção adequada do possível acordo alcançado entre o tribunal egípcio e a Shoei Kisen Kaisha.

Para além de ficarem aquém da compensação, um princípio chamado "média geral" pode obrigar estas mesmas empresas a partilhar proporcionalmente os custos imputados à dona do navio. É uma lei com centenas de anos e raízes na própria Grécia antiga.

"Se neste caso os donos do navio incorrerem em despesas extraordinárias pelo bem comum, então todos os participantes serão chamados a contribuir", explicou Jai Sharma à CNN, o diretor de casos relacionados com carga na Clyde & Co, uma firma de advocacia que representa empresas e as respetivas seguradoras com mais de 100 milhões de carga a abordo.

IKEA e Lenovo são duas das dezenas de empresas que transportavam carga a bordo do Ever Given. À CNN, a Lenovo diz estar a estudar formas alternativas e mais rápidas de recuperar a carga confiscada.

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