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Dona do Minipreço corta prejuízos pela metade em 2022

Portugal representou 8% das vendas líquidas no grupo DIA no ano passado, o contributo mais pequeno entre os quatro mercados onde opera, a seguir ao Brasil, Argentina e Espanha. Foi também o que menos cresceu e o que teve menor investimento.

23 de Fevereiro de 2023 às 11:53
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O Grupo DIA, dono da cadeia de supermercados Minipreço, fechou o ano passado com prejuízos líquidos de 124 milhões de euros, ou seja, menos 51,9% face a 2021, de acordo com os resultados anuais apresentados, esta quinta-feira.

Em comunicado, o grupo informa que a faturação atingiu 7.285 milhões de euros no cômputo dos quatro mercados em que opera - Espanha, Portugal, Brasil e Argentina -, o que traduz um aumento de 9,6% face a 2021, num ano que o CEO do grupo, Martin Tolcachir, descreveu na apresentação dos resultados financeiros como "desafiante" para o negócio do grupo com mais de quatro décadas de experiência no retalho alimentar de proximidade.

Já o EBITDA ajustado (resultado antes de impostos, juros, depreciações e amortizações) aumentou 61,2% para 200,4 milhões de euros. A dívida líquida também cresceu em 140 milhões, "impulsionada por um maior esforço de investimento", para 544 milhões de euros.

"O profundo redirecionamento do negócio, encetado em 2019, trouxe-nos hoje aqui, a este novo DIA, um momento que nos permite confirmar que estamos no final do processo de viragem da empresa", afirmou Martin Tolcachir.

O grupo DIA contava com 5.699 lojas (+4% do que em 2021) em 2022, ano marcado por 128 aberturas, ou seja, mais 54,2% em termos anuais.

Os resultados do DIA foram desiguais nos mercado em que opera. Em "casa", viu as receitas totais crescerem 5,4% para 4.436 milhões de euros, mas mesmo assim não escapou aos prejuízos que totalizaram 61 milhões de euros, dois terços menos do que em 2021. No Brasil, a faturação aumentou 11% para 890 milhões de euros, com as perdas a cifrarem-se em 71,8 milhões de euros.

Já em Portugal, o grupo DIA teve perdas líquidas de 20 milhões de euros, com um aumento das receitas de 0,5%, para 596 milhões de euros. Foi, aliás, a geografia que menos viu as vendas subir e o único que não fez nenhuma reforma nas lojas nem teve aberturas, tendo, aliás, encerrado 36 espaços, isto é, 7% da rede de supermercados. Em termos de investimento, por exemplo, também tinha a menor percentagem dos quatro mercados, com o CAPEX a corresponder a 5 milhões de euros, refletindo, além disso, uma diminuição face aos 22 milhões de euros canalizados para esta rubrica em 2021.

Estes dados alimentam assim as informações de que o grupo controlado pelo grupo industrial LetterOne, do magnata russo Mikhail Fridman, estará a pensar sair de Portugal.

"A entrada de novos atores no mercado, assim como o forte investimento e expansão dos concorrentes tem-se traduzido num cenário desafiante para o DIA que, a par com a situação inflacionária vivida no país, colocou pressão sobre as margens e a rentabilidade do negócio", diz o grupo espanhol, em comunicado. Ao todo, em Portugal a dona do Minipreço somava, no final do ano passado, 463 lojas, dois terços das quais a operar em regime de 'franchising'. 

A Argentina foi o único dos quatro mercados onde o grupo de retalho alimentar opera a obter lucro no exercício, de quase 30 milhões de euros, graças a um aumento das receitas de 31% para 1.364 milhões de euros.

Para se ter uma ideia global, Espanha representava então 61% das vendas do grupo DIA, seguido da Argentina, com um contributo de 19% e do Brasil, com 12%. Já o peso de Portugal era apenas de 8%.
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