Notícia
CEO da Nestlé: "Tivemos de aumentar preços, mas fizemo-lo de forma muito responsável"
O CEO da Nestlé, Mark Schneider, reconhece que o crescimento das vendas ainda é liderado pela inflação, mas afirma esperar um maior equilíbrio a partir da segunda metade do ano, ou seja, que o negócio comece a depender mais do volume.
O CEO da Nestlé, Mark Schneider, afirmou, esta sexta-feira, que o maior grupo alimentar do mundo foi forçado a aumentar os preços dos produtos face a uma inflação sem precedentes nos últimos 50 anos, mas garante que não só "levou tempo" a fazê-lo como o fez "de forma responsável".
"Toda a gente teve de aumentar preços porque toda a gente na cadeia de valor foi afetada pela inflação. Levamos tempo a ajustar os preços para compensar mas, a meu ver, fizemo-lo de uma forma muito responsável", assegurou Mark Schneider, aos jornalistas, no "campus" de Linda-a-Velha, após participar na conferência "Nestalk" subordinada ao tema "O papel das empresas na liderança da sustentabilidade", inserida nas celebrações dos 100 anos da Nestlé Portugal.
O "número 1" da dona de marcas como Cerelac, Nescafé e Kitkat deixou claro que o grupo não lucrou com a inflação, embora esta esteja a empurrar o crescimento das vendas. "Não beneficiamos com a inflação, fomos vítimas como toda a gente", declarou. Prova disso mesmo - argumentou- é que "a nossa margem bruta, que é a diferença entre os preços de venda e os custos, está a diminuir, ou seja, a aumentar menos do que a inflação".
A subida de preços, essa, foi transversal, como confirma Mark Schneider, pela primeira vez em Portugal desde que assumiu o cargo de CEO em 2017. "Não há uma única categoria que não tenha sido atingida".
Embora sinalizando que muitos dos custos, como a energia, mão-de-obra e matérias primas, continuam "elevados", o dirigente apontou que é de esperar um alívio que, mais tarde, venha a permitir que as vendas seja mais suportadas pelo volume do que impulsionadas pelo valor, algo que ainda não se verifica.
"O crescimento [das vendas] na primeira metade do ano também foi sobretudo liderado pela inflação, mas a determinado momento da segunda metade do ano ou perto do início de 2024 o crescimento vai começar a depender mais do volume", prognosticou o CEO da Nestlé, esperando um maior equilíbrio do "mix" se a inflação não voltar acelerar.
Num olhar sobre Portugal, o CEO da Nestlé afirmou esperar que "continue a ser um mercado de crescimento", mas sem revelar as expetativas em termos de resultados para a empresa que fechou 2022 com vendas totais de 677 milhões de euros, refletindo um aumento de 8,3% face a 2021.
Instado a comentar, o impacto do crescimento do peso das marcas próprias nas compras dos portugueses, por oposição às de fabricante, Mark Schneider relativizou, apontando que o fenómeno "não é novo" na Europa: "É algo que tem acontecido na Europa de forma constante nas últimas décadas".
O mesmo responsável sublinhou que, no início da pandemia, as chamadas marcas próprias perderam terreno, porque "muitas das suas cadeias de abastecimento não são tão estáveis", mas voltaram a crescer no ano passado em face da elevada inflação com os consumidores a "procurarem bons negócios" levando a "uma forte recuperação das marcas brancas".
A diretora-geral da Nestlé Portugal, Anna Lenz, apontou que o cenário é idêntico, assinalando que após a pandemia houve uma "correção" do mercado, estando a quota da Nestlé acima dos níveis pré-pandemia.
Segundo a dirigente, em termos globais, a quota de mercado da Nestlé Portugal ronda um terço, embora seja muito diferente de categoria para categoria. A título de exemplo, referiu, marcas "fortes" como a Cerelac e Nestum, que dominam com uma fatia de 80 a 90%, e são menos permeáveis a impactos.
Relativamente à diferença de preços entre as marcas próprias e as de fabricante que, segundo alguns estudos podem superar os 300% em determinados produtos, o CEO da Nestlé afirmou apenas que "depende da categoria", enfatizando que mesmo as marcas brancas tiveram de encarecer os produtos, mas partiram de uma base mais baixa.
"Toda a gente teve de aumentar preços porque toda a gente na cadeia de valor foi afetada pela inflação. Levamos tempo a ajustar os preços para compensar mas, a meu ver, fizemo-lo de uma forma muito responsável", assegurou Mark Schneider, aos jornalistas, no "campus" de Linda-a-Velha, após participar na conferência "Nestalk" subordinada ao tema "O papel das empresas na liderança da sustentabilidade", inserida nas celebrações dos 100 anos da Nestlé Portugal.
A subida de preços, essa, foi transversal, como confirma Mark Schneider, pela primeira vez em Portugal desde que assumiu o cargo de CEO em 2017. "Não há uma única categoria que não tenha sido atingida".
Embora sinalizando que muitos dos custos, como a energia, mão-de-obra e matérias primas, continuam "elevados", o dirigente apontou que é de esperar um alívio que, mais tarde, venha a permitir que as vendas seja mais suportadas pelo volume do que impulsionadas pelo valor, algo que ainda não se verifica.
"O crescimento [das vendas] na primeira metade do ano também foi sobretudo liderado pela inflação, mas a determinado momento da segunda metade do ano ou perto do início de 2024 o crescimento vai começar a depender mais do volume", prognosticou o CEO da Nestlé, esperando um maior equilíbrio do "mix" se a inflação não voltar acelerar.
Num olhar sobre Portugal, o CEO da Nestlé afirmou esperar que "continue a ser um mercado de crescimento", mas sem revelar as expetativas em termos de resultados para a empresa que fechou 2022 com vendas totais de 677 milhões de euros, refletindo um aumento de 8,3% face a 2021.
Instado a comentar, o impacto do crescimento do peso das marcas próprias nas compras dos portugueses, por oposição às de fabricante, Mark Schneider relativizou, apontando que o fenómeno "não é novo" na Europa: "É algo que tem acontecido na Europa de forma constante nas últimas décadas".
O mesmo responsável sublinhou que, no início da pandemia, as chamadas marcas próprias perderam terreno, porque "muitas das suas cadeias de abastecimento não são tão estáveis", mas voltaram a crescer no ano passado em face da elevada inflação com os consumidores a "procurarem bons negócios" levando a "uma forte recuperação das marcas brancas".
A diretora-geral da Nestlé Portugal, Anna Lenz, apontou que o cenário é idêntico, assinalando que após a pandemia houve uma "correção" do mercado, estando a quota da Nestlé acima dos níveis pré-pandemia.
Segundo a dirigente, em termos globais, a quota de mercado da Nestlé Portugal ronda um terço, embora seja muito diferente de categoria para categoria. A título de exemplo, referiu, marcas "fortes" como a Cerelac e Nestum, que dominam com uma fatia de 80 a 90%, e são menos permeáveis a impactos.
Relativamente à diferença de preços entre as marcas próprias e as de fabricante que, segundo alguns estudos podem superar os 300% em determinados produtos, o CEO da Nestlé afirmou apenas que "depende da categoria", enfatizando que mesmo as marcas brancas tiveram de encarecer os produtos, mas partiram de uma base mais baixa.