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APED assegura "execução exímia" do IVA zero após "todo o ruído e turbulência"
"Apesar de todo o ruído e turbulência", a presidente da APED diz que distribuição "cooperou ativamente no desenho de uma ação para fazer face ao aumento dos custos dos bens alimentares".
A presidente da Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED), Isabel Barros, manifestou, esta quinta-feira, estar confiante de que a isenção de IVA num cabaz de 44 produtos alimentares vai ser executada de forma rigorosa.
"Estou certa de que juntos iremos assegurar uma execução exímia desta medida e, conjuntamente com as nossas pessoas, continuaremos a trabalhar, na procura de novas soluções", afirmou, no discurso de abertura do APED Retail Summit.
Sublinhando que "a inflação é um problema global e transversal", Isabel Barros apontou que "a gravidade da situação que vivemos exige uma análise informada e factual". "Este não é um problema deste ou daquele grupo ou de um determinado sector", mas antes "um problema sistémico que impacta, sobretudo, o consumidor", frisou a responsável.
"Better Together" ("Melhor juntos") foi o mote escolhido para o evento e, a seu ver, espelha "a forma como se respondeu aos desafios dos últimos anos" e "a resposta que damos aos desafios do presente". "Uma assinatura que não podia ser mais atual", reforçou Isabel Barros naquele que será o seu último discurso como presidente na APED, após um mandato de quatro anos.
Depois de o retalho ter cumprido, "de forma irrepreensível", com a missão de "Alimentar Portugal", garantindo, em condições desafiantes, que as famílias portuguesas tivessem acesso aos bens que necessitavam, num período tão atípico", como pandemia, veio a guerra na Ucrânia, cujos "efeitos económicos estão à vista de todos - das famílias e das empresas", contextualizou.
Em jeito de balanço, a dirigente da APED elencou ainda "marcos" alcançados, ao longo desse ciclo que finda em breve, como a criação de 6.000 empregos, o investimento superior a 150 milhões de euros na formação e requalificação dos trabalhadores e ainda o acordo de atualização do contrato coletivo de trabalho.
"A resiliência com que vivemos estes anos tão atípicos e a forma como respondemos a todos os desafios com os quais o sector se deparou, reforça a minha crença de que a APED continuará a ser uma voz respeitada por todos os 'stakeholders' e um 'player' incontornável para a construção do futuro do nosso país", concluiu.
Em 2022, o setor da distribuição e retalho representava mais de 12,4% do Produto Interno Bruto de Portugal e empregava mais de 144 mil trabalhadores (dos quais 104 mil no retalho alimentar e mais de 40 mil no especializado, distribuídos por mais de 4.500 lojas).
O APED Retail Summit, descrito como "o evento de referência" do setor, que teve lugar esta quinta-feira, em Lisboa, juntou especialistas nacionais e internacionais em torno de um debate sobre os desafios, tendências e oportunidades da distribuição.