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Trump vai nomear Malpass para presidente do Banco Mundial
O governo dos Estados Unidos já notificou os acionistas do Banco Mundial da sua decisão, que deverá ser formalmente anunciada esta quarta-feira.
O governo dos Estados Unidos já informou os acionistas do Banco Mundial que o presidente Donald Trump vai nomear David Malpass, subsecretário do Tesouro para os Assuntos Internacionais, para a liderança do Banco Mundial, segundo fontes próximas da instituição citadas pela imprensa internacional.
O Politico, a primeira publicação a avançar a decisão, adianta que o anúncio será feito já esta quarta-feira, 6 de fevereiro.
A confirmar-se, Trump colocará aos comandos do maior banco de desenvolvimento do mundo um cético das instituições multilaterais, que já criticou abertamente a instituição, considerando-a demasiado "intrusiva".
Malpass, de 62 anos, foi conselheiro económico de Trump durante a campanha eleitoral de 2016. Foi economista-chefe da Bear Stearns antes do seu colapso, em 2008, e trabalhou no departamento do Tesouro nas administrações de Ronald Reagan e George H.W. Bush.
Uma porta-voz da Casa Branca não quis comentar a notícia da nomeação de Malpass à Reuters, mas uma fonte do governo adiantou à CNBC que Trump gosta "realmente" da experiência do subsecretário do Tesouro.
"David tem acompanhado o Banco Mundial e tem estado envolvido com a instituição há décadas. O presidente gosta de Malpass, ele fez parte da sua campanha e da sua equipa de transição", afirmou a mesma fonte, citada pela CNBC. "Ele partilha as visões do presidente. Malpass conhece a equipa sénior do Banco Mundial e muitos apoiam-nos".
Uma fonte diplomática europeia confirmou à CNBC que vários países foram notificados da nomeação do presidente dos Estados Unidos, e que os acionistas europeus não deverão bloquear o nome escolhido por Trump.
Malpass ou qualquer outro nome escolhido pelos Estados Unidos precisa da luz verde dos 12 membros da comissão executiva do Banco Mundial, sendo que os Estados Unidos têm a maior parcela dos direitos de voto e escolhem, tradicionalmente, o presidente da instituição.
Ainda assim, há quem considere que os países europeus poderão colocar entraves à nomeação de Malpass. Exemplo disso é Tony Fratto, antigo responsável do Tesouro na administração de George W. Bush, que defende que, ou os Estados Europeus "chumbam" o nome que será proposto por Trump, ou terão na presidência do Banco Mundial "uma pessoa que não tem interesse na missão do Banco Mundial e revela hostilidade em relação à instituição".
Isto porque, em 2017, o responsável criticou publicamente o Banco Mundial, o FMI, e outras instituições multilaterais por, na sua opinião, estarem a crescer demasiado e a tornar-se muito "intrusivas" e "enraizadas".
Nos últimos anos, também esteve envolvido em alguma polémica devido às suas tentativas de evitar que o Banco Mundial parasse de conceder empréstimos à China – terceiro maior acionista do Banco Mundial a seguir ao Japão – por considerar que Pequim é demasiado rica para esse tipo de empréstimos.
Malpass, ou o nome que obtiver o aval dos acionistas do Banco Mundial, substituirá Jim Yong Kim na presidência do Banco Mundial, depois deste ter saído do cargo a 1 de fevereiro – três anos antes do final do mandato devido a divergências com o governo dos Estados Unidos.