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Tomás Correia justifica saída da liderança do Montepio com novo Código das Mutualistas

O responsável pediu escusa esta quinta-feira, naquele que foi o Conselho Geral da Associação Mutualista Montepio Geral. Tomás Correia vai manter-se em funções até 15 de dezembro.

25 de Outubro de 2019 às 14:49
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Tomás Correia justifica a sua saída da liderança da Associação Mutualista Montepio com o facto de não poder continuar a "ser cúmplice" do modelo de governo que o novo Código Mutualista impôs às associações mutualistas. E considera ter cumprido os objetivos essenciais do seu mandato. 

"É minha convicção que o novo Código Mutualista, em matéria de governo das associações mutualistas, não respeita a autonomia das associações e o direito democrático dos seus associados, colocando em causa o desenvolvimento do modelo de democracia interna que é a grande alavanca de sustentabilidade destas organizações", começa por afirmar o responsável num comunicado enviado esta sexta-feira, 25 de outubro. 

E continua: "Esta minha leitura levou-me a ponderar a hipótese de não me candidatar à presidência do Montepio Geral – Associação Mutualista nas eleições que tiveram lugar no final de 2018", o que não veio a acontecer. Candidatou-se e manteve-se na presidência da mutualista, com o objetivo de cumprir "quatro metas". 

Estas incluiam "ganhar as eleições e evitar que assumissem responsabilidades de gestão da instituição órgãos sociais integrados por pessoas sem capacidade para a dirigir", "trabalhar para uma obrigatória revisão estatutária", mas também "estabilizar a governação da área seguradora" e "findar o processo de estabilização da equipa de Administração da Caixa Económica Montepio Geral, que se arrasta desde 2017". 

Tomás Correia considera que "estes quatro objetivos estão razoavelmente cumpridos" e que chegou a altura de abandonar o cargo que ocupa há 11 anos

"Encontram-se, portanto, cumpridos os objetivos essenciais que levaram a que tivesse sido candidato a presidente do Montepio Geral – Associação Mutualista nas últimas eleições e, com esse cumprimento, considero ter ganho o conforto moral que me permite não ter que continuar a ser cúmplice do modelo de governo que o novo Código Mutualista impôs às associações mutualistas, em clara violação dos direitos democráticos dos seus associados e do modelo de democracia interna que cada associação entende dever construir", afirma o responsável. 

De acordo com o ainda presidente da mutualista, "são estes os fundamentos para o pedido de escusa por mim apresentado, em consequência da convicção que criei, logo que o novo Código Mutualista foi publicado, no que toca à sua inadequação para ajudar à modernização do mutualismo perante as novas exigências". 

As explicações são dadas um dia depois de Tomás Correia ter pedido escusa naquele que deverá ser o último Conselho Geral da Associação Mutualista Montepio Geral, um órgão que será extinto com os novos estatutos O presidente ficará até 15 de dezembro, altura em que deverá ser substituído por Virgílio Lima, vogal do conselho de administração que faz parte da equipa do presidente.

Um dos opositores a Tomás Correia nas últimas eleições da Associação Mutualista Montepio Geral, António Godinho, disse esta sexta-feira à Lusa que a saída do gestor "apenas peca por tardia" e afirma que o sufrágio é a "única forma de legitimar os dirigentes do Montepio e de permitir que a instituição possa ser reformada, como urge".


(Notícia atualizada às 15:00 com mais informação.)
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