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Tomás Correia abandona liderança do Montepio em dezembro

Tomás Correia vai permanecer no cargo até dezembro. Depois será substituído por Virgílio Lima, vogal do conselho de administração que faz parte da equipa do presidente. O pedido de escusa foi feito esta quinta-feira, no último Conselho Geral da Associação Mutualista Montepio Geral.

Inês Gomes Lourenço
24 de Outubro de 2019 às 19:45
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Tomás Correia pediu esta quinta-feira para abandonar a liderança da Associação Mutualista Montepio Geral (AMMG), naquele que foi o último Conselho Geral da dona do Montepio, apurou o Negócios. Um pedido que foi aceite pelos conselheiros. O responsável vai sair a 15 de dezembro. 

O presidente da mutualista avançou com o pedido de escusa, mas disse estar disponível para concluir alguns assuntos. Tomás Correia, há 11 anos na presidência da AMMG, permancerá em funções até dezembro quando será substituído por Virgílio Lima, vogal do conselho de administração.

O anúncio feito depois de o Público ter avançado que a a Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF) se está a preparar para chumbar os requisitos de idoneidade que permitiriam a continuação de Tomás Correia à frente da AMMG. E após o Eco e Expresso terem avançado que o presidente poderia anunciar a sua saída nesta mesma reunião. 

Tomás Correia foi recentemente condenado pelo Banco de Portugal ao pagamento de uma coima de 1,25 milhões de euros devido a infrações cometidas enquanto presidente do Banco Montepio.

 

"Não me condicionam com essa conversa. Dia 24 não saio de certeza absoluta. Podem ficar tranquilos", chegou a dizer Tomás Correia, na semana passada, citado pela Lusa. 

 

Porém, o presidente da mutualista não afastou por completo a possibilidade de vir a sair da mutualista. "É óbvio que por razões de idade, numa dada altura, hei-de sair do Montepio, até porque já não tenho condições físicas e até intelectuais, se quiserem pensar assim, para poder continuar a assumir esta responsabilidade", afirmou o gestor. Uma saída que só acontecerá "quando entender que é o momento, em boa ordem".

Além da liderança estiveram ainda outros temas em cima da mesa. O primeiro relacionado com o desempenho das empresas do grupo no primeiro semestre – os lucros do Banco Montepio recuaram mais de 70% neste período - e o segundo com a substituição de um membro do conselho fiscal.

Já o terceiro e último ponto abria a porta à discussão de "diversos" assuntos. Esta seria a oportunidade de os conselheiros discutirem a revisão dos estatutos que vai determinar o fim deste órgão, que conta com Maria de Belém, João Costa Pinto e Luís Patrão, mas também com a oposição a Tomás Correia, incluindo Carlos Areal e Viriato Silva.

 

Oposição questiona revisão dos estatutos

A revisão dos estatutos será também discutida numa sessão aberta aos associados, no dia 29 de outubro, no Hotel Plaza, com o objetivo de preparar a assembleia geral (AG) de 4 de novembro.

 

Numa nota enviada aos associados, e assinada por António Godinho, Carlos Areal, Ribeiro Mendes, Manuel Ferreira, Nuno Cunha Rolo, Pedro Corte Real e Viriato Silva, estes consideram que o novo Código das Associações Mutualistas (CAM) "deveria constituir uma oportunidade para realizar um debate alargado e profundo sobre o modelo de governo da nossa Associação".

 

Algo que não aconteceu, dizem, uma vez que a Comissão de Revisão dos Estatutos "preferiu só agora tornar públicas as alterações a propor, com a convocatória da AG que as irá apreciar já no dia 4 de novembro, o que limita drasticamente a possibilidade de debate das mesmas".

 

Estes responsáveis consideram ainda que alguns ajustamentos propostos "visam limitar a democraticidade dos processos de formação e do funcionamento do novo órgão estatutário a eleger, a Assembleia de Representantes", enquanto "outros querem livrar-se imediatamente do Conselho Geral atual".

(Notícia atualizada às 20:54 com mais informação.)

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