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Sindicato do Norte avisa CGD que saída de pessoal não pode ser feita sob pressão
O SBN receia que o processo de rescisões na Caixa se possa transformar em despedimentos. O sindicato que pertence à Febase teme pela identificação que a própria CGD vai fazer dos "postos de trabalho a suprimir".
O Sindicato dos Bancários do Norte (SBN) está apreensivo em relação ao processo de saída de pessoal da Caixa Geral de Depósitos. Um dos pontos de receio é o processo no âmbito do qual o banco pode indicar os postos de trabalho a extinguir.
"O SBN manifesta a sua apreensão e receio de que a identificação e listagem de ‘postos de trabalho a suprimir’ e dos ‘trabalhadores a abordar’ ‘para efeitos da fase de reuniões’ a realizar com vista à extinção de contratos de trabalho, acabe por estigmatizar ou marcar negativamente os respectivos trabalhadores, com consequências nefastas para o seu futuro profissional, tolhendo de forma inaceitável a sua liberdade de decisão, seja para dizerem sim, seja para dizerem não", indica o comunicado do sindicato, que pertence à Febase, da UGT.
No âmbito do processo de rescisões por mútuo acordo, que lançou após as pré-reformas não terem atingido a meta desejada, a CGD mostra-se disponível a receber propostas de trabalhadores dispostos a sair ou indicar postos de trabalho que considera extinguíveis.
Neste processo, o SBN sublinha que o programa não pode envolver "procedimentos e comportamentos ou actuações por parte de elementos da direcção de pessoal ou de superiores hierárquicos, que diminuam, limitem ou por qualquer forma pressionem a livre determinação dos trabalhadores visados".
"O SBN pugna sempre pela salvaguarda dos postos de trabalho, opondo-se a despedimentos encapotados", concretiza o comunicado sobre o processo em que os funcionários se podem candidatar até 26 de Setembro. O Governo tem assegurado que não há quaisquer despedimentos na Caixa.
A CGD está comprometida com uma redução de 2.200 trabalhadores até 2020, sendo que, a cada ano, tem uma meta de diminuição de cerca de 550 postos de trabalho. Quem aderir ao programa recebe entre 1,6 e 2,1 salários por cada ano trabalhado, até um máximo de cinco anos, consoante está integrado na Segurança Social ou na Caixa Geral de Aposentações, respectivamente.
A Febase, a que pertence o SBN, tinha já criticado a postura da gestão de Paulo Macedo no processo de pré-reformas que estava em curso antes do actual programa de rescisões por mútuo acordo, considerando estar a acontecer uma "pressão inadmissível" para as adesões.