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Sindicato diz que não vai tolerar assédio no plano de reestruturação do Montepio

O presidente do Sindicato Nacional dos Quadros e Técnicos Bancários (SNQTB), Paulo Marcos, disse esta terça-feira à Lusa que a estrutura não irá tolerar assédio laboral na reestruturação do Banco Montepio, após um plenário com os trabalhadores.

O Banco Montepio, liderado por Pedro         Leitão, registou uma descida dos lucros de 17% para 5,4 milhões de euros nos primeiros três meses do ano.
DR
20 de Outubro de 2020 às 21:56
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"Não toleraremos assédio. O assédio laboral é crime, está criminalizado na lei, há um ordenamento jurídico para isso. Seremos absolutamente intransigentes sobre isso", disse à Lusa o sindicalista, instado a comentar o que saiu do plenário com trabalhadores do Montepio.

Paulo Marcos também referiu que a reestruturação em curso no Montepio deve ser "um processo de escolha informada, numa lógica de dar às pessoas o máximo de informação para que possam tomar uma decisão consciente, livre e que não se venham a arrepender em poucos dias".

O presidente do SNQTB lembrou que um processo de rescisões "pressupõe liberdade contratual das partes, trabalhador e banco", e que o sindicato não tem "conceptualmente nada contra" tal processo, desde que não exista assédio.

Paulo Marcos referiu ainda que o plano de reestruturação no Montepio, "no que toca aos sindicatos, não está fechado", e que "ainda há muitos pontos em aberto", apesar de já terem começado os processos de reformas antecipadas.

O sindicalista elogiou ainda a participação "massiva" dos trabalhadores nos encontros de hoje, a que assistiram por via eletrónica.

O Montepio vai avançar com um "plano alargado" de saída de trabalhadores, segundo o Sindicato Nacional dos Quadros Técnicos Bancários, o Sindicato dos Bancários do Norte e o Sindicato Independente da Banca, que reuniram em 23 de setembro com a administração executiva.

Em comunicado, os três sindicatos revelaram, nesse dia, que se reuniram com o presidente da comissão executiva do Banco Montepio, Pedro Leitão, o qual "apresentou um projeto de reestruturação que contempla um plano alargado de reformas antecipadas e de rescisões de contratos de trabalho por mútuo acordo que irá decorrer até 2021", mas sem quantificar quantos funcionários irão sair da entidade bancária.

No dia 22, o jornal 'online' Eco noticiou que o Montepio prepara a saída de 800 trabalhadores e que vai pedir ao Governo o estatuto de empresa em reestruturação, o que permite a quem aceite a rescisão por mútuo acordo ter direito ao subsídio de desemprego.

Contactada pela Lusa no dia 23, fonte oficial do Montepio disse apenas que é conhecido que o banco "está a ajustar processos e a estudar a sua dimensão, tal como foi partilhado com os colaboradores e as respetivas estruturas", e que manterá a prática de partilhar "sempre a informação de relevo da instituição com todos os que dela fazem parte" antes da divulgação pública.
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