Notícia
“Se não tivéssemos dúvidas, já teríamos decidido”. A decisão sobre o Montepio chega em Janeiro
O provedor da Misericórdia de Lisboa assegura que o eventual investimento no Montepio será feito com “a garantia de que o risco será mínimo”. Edmundo Martinho admite “salvaguardas para que Santa Casa não saia prejudicada.
"Nós também temos dúvidas. Se não tivéssemos dúvidas, já teríamos decidido". A frase é de Edmundo Martinho, provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, sobre o eventual investimento na Caixa Económica Montepio Geral, como admitido em Junho do ano passado quando a instituição assinou um memorando de entendimento com o grupo mutualista.
Segundo declarou o responsável da Santa Casa no Parlamento, as dúvidas não resultam do "interesse estratégico da oportunidade", "mas da forma como possa, ou não, vir a concretizar-se". A decisão deverá ser tomada até ao "final deste mês de Janeiro", declarou.
A Misericórdia "tem disponibilidades financeiras", frisou Edmundo Martinho, "que tem obrigação de saber gerir, de acautelar que continuará a ter capacidade para dar respostas na saúde, na acção social, na cultural". E a caixa económica parece-lhe um investimento mais acertado do que o imobiliário ou em acções cotadas em bolsa.
Aos deputados da comissão de Trabalho, Edmundo Martinho assegurou que esse foi o motivo para pedir ao Haitong Bank a auditoria que, continua, contudo, por ser apresentada.
De qualquer forma, o provedor desdramatizou: "Temos de facto dúvidas sobre isto, mas que nos aproximam da decisão, que não nos paralisam. É uma operação relevante".
Edmundo Martinho assegurou que, ainda que não haja deliberação sobre o fecho do negócio, há uma garantia: "de que o risco para a Santa Casa será mínimo, haverá salvaguardas para que a Santa Casa não saia prejudicada". Não especificou, contudo, que garantias são essas. Até aqui, em entrevista, o actual provedor asseverou que a Santa Casa terá o poder de fazer nomeações para a administração da caixa económica.