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Provedor da Santa Casa: “Não está nenhum valor determinado” para o Montepio

Edmundo Martinho defende que os 200 milhões de euros de que se fala para entrar na caixa económica é apenas o valor máximo. Além do Haitong, a Santa Casa pediu estudo à sua auditora sobre impacto.

Miguel Baltazar
10 de Janeiro de 2018 às 10:21
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O provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, Edmundo Martinho, pretende desmistificar a referência aos 200 milhões de euros no que diz respeito ao investimento na Caixa Económica Montepio Geral. "Não está nenhum valor determinado", assegurou o número 1 da Santa Casa, na audição da comissão parlamentar de Trabalho esta quarta-feira, 10 de Janeiro.

 

Segundo Edmundo Martinho, desde que o processo começou a ser estudado – "há quase um ano" –, "ficou claro que o limite máximo que a Santa Casa deveria poder aspirar a investir seria 10% do capital". "Se assumirmos que cada acção do Montepio tem 1 euro, significaria que 10% do capital se a Caixa Económica estivesse valorizada a 2 mil milhões de euros", continuou. Isto porque este é o valor contabilístico da instituição financeira, ou seja, seria este valor que não imporia a constituição de imparidades à Montepio Geral – Associação Mutualista, a accionista única da caixa económica.

 

De qualquer forma, o sucessor de Santa Casa reiterou, por várias vezes, que "não está nada decidido". "Está em curso processo de avaliação", frisou Edmundo Martinho dizendo que, além dos auditores jurídico e financeiro contratados, como o Haitong Bank, também o auditor da própria misericórdia está a estudar o impacto. O provedor garantiu que "todo o conjunto de cautelas" que foi imposto no arranque do dossiê continua "de pé".

 

"Nada disto é novo", assegurou Edmundo Martinho, dizendo que a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa tem feito "investimentos financeiros que se têm vindo a revelar benéficos", referindo-se a sociedades de "leasing", seguradoras e também instituições financeiras. Um dos exemplos foi uma participação no capital do BCP, que Edmundo Martinho afirmou que foi numa perspectiva de médio e longo prazo e que gerou mais-valias para a instituição. De qualquer modo, estes foram causas sem a dimensão que está em causa no caso do Montepio.

 

"Situação económica estabilizada" 

Segundo Edmundo Martinho, faz sentido que a Santa Casa invista as suas disponibilidades financeiras, também para aumentar o retorno para o apoio social.

 

Aliás, nas suas respostas, o provedor frisou que a situação económica da Santa Casa está "estabilizada", o que atribuiu "à gestão criteriosa e rigorosa ao longo dos anos".

 

Essa situação "permite avançar com investimentos muito sólidos, que não prejudica a intervenção da Santa Casa", frisou. 

 

Audição com "urgência"

Edmundo Martinho foi ouvido na comissão de Trabalho por requerimento do CDS-PP, pedido que foi aprovado por unanimidade pelos restantes partidos. Feliciano Barreiras Duarte, o deputado social-democrata que preside à comissão parlamentar, entendeu que a solicitação, que vinha com carácter de urgência, obrigava à audição o mais rapidamente possível, e não depois das eleições do PSD, como pretendia o provedor da Santa Casa.

 

Nas eleições, o antecessor, Pedro Santana Lopes, que assinou o memorando de entendimento que abre a portas a investimento na caixa económica, defronta Rui Rio. No arranque da audição, Barreiras Duarte, apoiante de Rio, quis responder a quem diz que este requerimento estava a ter um tratamento diferenciado e assegurou que, tendo carácter de urgência, precisava de ocorrer com urgência.  

 

O ministro do Trabalho, Vieira da Silva, também foi convocado, mas o governante mostrou indisponibilidade para ser ouvido esta semana, precisamente para não ter impacto nas eleições do PSD.

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