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Santander vai olhar para Novo Banco se houver nova venda
O presidente executivo do banco espanhol diz que a prioridade é crescer por via orgânica. Contudo, estando novamente no mercado, a aquisição do Novo Banco voltará a ser analisada.
De Madrid, veio a indicação de que o grupo espanhol Santander admite que vai olhar para a compra do Novo Banco caso o banco venha a ser colocado no mercado novamente.
Na conferência de imprensa que se seguiu à apresentação de resultados dos primeiros nove meses do ano, em que o lucro superou os 5 mil milhões de euros, o presidente executivo do Santander, José Antonio Álvarez, afirmou que iria olhar para uma potencial oferta pelo Novo Banco se este voltasse a ser colocado no mercado, indicam as agências informação.
"Novo Banco? Não sabemos, não há processo neste momento. No momento próprio participamos no processo e na última ronda decidimos não fazer uma oferta. Se o processo voltar a abrir, então olharemos para ele. A ver se num novo processo do Novo Banco, pode funcionar ou não [para o Santander]", afirmou, segundo a Lusa.
O Novo Banco esteve à venda num concurso internacional lançado em Dezembro do ano passado mas, em Setembro, por não receber propostas que considerou satisfatórias, o Banco de Portugal cancelou o mesmo. Ficou na incerteza o futuro da operação: se haverá uma nova venda de todo o capital ou de apenas parte.
Ana Botín, a presidente do grupo, já disse que Portugal é um mercado estratégico - uma declaração feita quando esteve em Portugal.
Apesar desta disponibilização para analisar o herdeiro dos activos e passivos considerados saudáveis do Banco Espírito Santo, o Santander, presente em Portugal com o Santander Totta, defende que a prioridade é crescer de forma orgânica, isto é, através do próprio negócio e não por aquisições e fusões, indica a Bloomberg.
Em Portugal, o presidente do Santander Totta, António Vieira Monteiro, tem-se recusado a falar sobre o Novo Banco e o motivo pelo qual o grupo espanhol foi afastado da corrida sem ter sido um dos finalistas. Mas abre portas à junção a outros bancos. "Estamos atentos a tudo o que se passa no mercado", foi o que disse em Agosto sobre as possibilidades de consolidação que vê no sector financeiro português.
Sobre a situação política portuguesa, Álvarez não se mostrou preocupado nas declarações feitas na conferência. "Os dois principais partidos em Portugal, até onde percebo, são dois partidos comprometidos com todo o contexto da União Europeia e com todos os compromissos de Portugal. Há uma natural incerteza depois das eleições, mas creio que as linhas estão bem fixadas", afirmou, segundo cita a Lusa.
"Os dois partidos que podem liderar o governo - independentemente de poderem ter parceiros de coligação de menor peso - têm compromissos claros e definidos, no quadro do que temos vindo a trabalhar", continuou José Antonio Álvarez, citado pela mesma fonte.