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Santander também vai cobrar comissão a institucionais para compensar juros negativos

O banco está à espera da luz verde do regulador para começar a aplicar uma comissão sobre os depósitos de clientes institucionais, que deverá situar-se entre 0,4% e 0,5%.

Tiago Petinga/Lusa
31 de Outubro de 2019 às 14:07
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O debate tem vindo a intensificar-se nos últimos meses, depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter decidido prolongar as taxas de juro de referência em níveis negativos: os bancos nacionais querem refletir estes juros negativos sobre os clientes. Para já, só o BPI e o BCP já avançaram com uma alternativa, que passa por cobrar uma comissão sobre os depósitos dos clientes institucionais. E, em breve, o Santander Totta começará a fazer o mesmo. A instituição já fez um pedido de esclarecimento ao Banco de Portugal e espera apenas pela luz verde do regulador para começar a uma comissão em função do saldo dos clientes institucionais, que deverá situar-se entre 0,4% e 0,5%.

"Temos a interpretação da nossa área jurídica de que podemos cobrar esta comissão, mas aguardamos pelo esclarecimento do Banco de Portugal, sobre se podemos cobrar uma comissão em função do saldo dos institucionais com depósitos no nosso banco", adiantou o presidente executivo do Santander Totta, Pedro Castro Almeida, durante a apresentação de resultados relativos ao terceiro trimestre.

Não há previsão de quando chegará a resposta e o valor da comissão ainda não está definido, mas ficará em linha com o que já é praticado no resto da Europa. "O que é cobrado, normalmente, anda entre 0,4% e 0,5%", esclarece o banqueiro.

Este valor servirá para compensar a política monetária do BCE, que muitos banqueiros se têm queixado de que penaliza a margem financeira dos bancos. Atualmente, o excesso de liquidez dos bancos, que fica depositado no banco central, é penalizado com uma taxa negativa situada entre -0,1% e -0,5%.

Acontece que, noutros países europeus, as instituições financeiras podem refletir estes juros negativos em Portugal, o que não é permitido em Portugal e é mesmo afastado pelo regulador. Assim, segundo têm revelado os bancos nacionais, há vários grandes clientes institucionais que depositam grandes montantes em Portugal, onde não podem ser taxados com juros negativos.

A alternativa encontrada, para já, é a da cobrança de uma comissão de manutenção sobre estes depósitos. Pedro Castro Almeida acredita, contudo, que, a médio ou longo prazo, será possível que os juros negativos sejam refletidos sobre os clientes, também em Portugal.

"Se as taxas estiverem neste nível durante muito mais rempo, para esses grandes clientes, acredito que, mais cedo ou mais tarde, Portugal vai seguir o que se passa na Europa", antecipa. Até porque, acrescenta, "se os bancos portugugeses começarem a ficar inundados de liquidez de grandes clientes, vai ter de se fazer alguma coisa".

Notícia atualizada às 14h13 com mais informação.
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